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CIDA SANTOS
A dois jogos do paraíso
O Brasil, talvez pelos títulos na base, tem no emocional seu ponto forte e está pronto para conquistar o Mundial
DONA DA melhor campanha do
Mundial, a invicta seleção
brasileira feminina de vôlei
conseguiu se dar um belo presente:
vai enfrentar na semifinal Sérvia e
Montenegro, o adversário mais frágil dessa fase. Rússia e Itália vão fazer um confronto bem mais disputado na luta pela outra vaga na final.
Sérvia e Montenegro foi a surpresa do Mundial. Venceu Cuba e Itália
na primeira fase. Mas, nas duas últimas rodadas, mostrou dificuldade
para jogar contra equipes que defendem bem e quase colocou tudo a
perder. Tropeçou diante do Japão e
venceu, no sufoco, Taiwan por 3 a 2.
Essa geração de Sérvia e Montenegro vem jogando junta há seis
anos e agora está colhendo os primeiros resultados. Mas ainda é uma
equipe sem experiência em decisões
e deve ser traída pelos nervos. Contra Taiwan, sentiu a pressão porque
o jogo valia vaga nas semifinais.
Imagine contra o Brasil.
Já o Brasil tem no emocional o seu
ponto mais forte. É a seleção mais
equilibrada da história do vôlei feminino brasileiro: é impressionante
como não se abala diante das adversidades. E é jovem. Talvez esse equilíbrio venha também da experiência
de vitórias nas categorias de base.
O maior exemplo foi o jogo contra
a China, o mais emocionante. O Brasil perdeu os dois primeiros sets e
depois venceu os dois seguintes. No
quinto, a China teve a chance de fechar o jogo por duas vezes. As brasileiras mantiveram o sangue frio, viraram o placar e ganharam a partida.
Após o jogo, a central Walewska
disse que sentia que o time está preparado para fazer uma final de Mundial. Acrescento: a seleção também
está preparada para vencer e conquistar seu principal título. Em
Olimpíadas, o máximo foi o bronze.
Em Mundiais, o vice em 1994.
A tendência é que o Brasil faça a final contra a Rússia. Afinal, são as seleções que mostraram os melhores
times. Os contra-ataques têm sido a
maior falha da seleção brasileira. Para chegar ao título, o time terá que
manter a fórmula: passe na mão de
Fofão e velocidade no ataque.
Jaqueline, Sassá e a líbero Fabi
têm garantido a qualidade da recepção. O saque vai ter que funcionar,
como aconteceu na vitória sobre a
Rússia, que decidiu o primeiro lugar
da chave. O que também tem feito a
diferença são as duas torres brasileiras: Walewska e Fabiana estão jogando muita bola.
Itália x Rússia será uma batalha.
São dois times altos, fortes no bloqueio e com ataques respeitáveis. A
Itália tem a vantagem de contar com
uma boa levantadora, a habilidosa
Eleonora Lo Bianco. A Rússia sofre
nessa posição com a titular Akulova
e a reserva Sheshenina.
As italianas têm um ataque mais
veloz. As russas jogam com bolas altas nas pontas. A sorte da Rússia é
ter três atacantes poderosas: Gamova, Godina e Sokolova. É difícil parar
esse trio. Contra o Brasil, Sokolova,
com lesão na coxa esquerda, foi poupada. Contra a Itália, ela deve jogar.
A DECEPÇÃO
As chinesas, atuais campeãs
olímpicas, foram a decepção do
Mundial. Sofreram quatro derrotas
(Brasil, Rússia, Alemanha e Holanda), acabaram em quarto no Grupo
F e disputarão o quinto lugar.
TROPEÇO FATAL
Cuba era a favorita para chegar à
semifinal, ao lado da Itália, no Grupo E. Mas as duas derrotas da primeira fase, contra Sérvia e Itália,
derrubaram o time. Cuba venceu
os outros sete jogos, mas perdeu a
vaga para a Sérvia, que sofreu só
uma derrota. Ficou em terceiro na
chave e vai disputar o quinto lugar.
EM BUSCA DO BI
Sexta será a vez de a seleção masculina iniciar a luta, no Japão, pelo
bi mundial. A estréia será contra os
cubanos. Hoje e amanhã, o Brasil
tem amistosos com a Polônia.
cidansan@uol.com.br
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