Time gaúcho adota estratégias e apostas bem diferentes das do último campeão

Equipe, que pega o Al Ahly, viveu desmanche, eleição, brigou até o fim pelo título nacional e crê em goleiro irregular e atacante novato

RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Internacional estréia hoje no Mundial de Clubes da Fifa contra o Al Ahly, às 8h20, em Tóquio, tentando repetir o sucesso são-paulino no Japão na temporada passada, mas invertendo quase todas as fórmulas e apostas adotadas pelo clube do Morumbi em 2005.
Após o título da Libertadores, o clube gaúcho fez o chamado desmanche em seu time titular: perdeu Bolívar, Jorge Wagner, Tinga e Rafael Sobis, enquanto o São Paulo de 2005 viu apenas a saída de Luizão.
O Inter neste ano brigou até quando pôde pelo título do Brasileiro, acabando a disputa como vice-campeão. Já a equipe são-paulina abandonou o torneio no ano passado, dando folgas para os atletas nas últimas rodadas, e acabou em 11º lugar.
Os gaúchos sofreram uma baixa para o Mundial. O atacante colombiano Rentería contundiu-se na última rodada do Brasileiro e deu lugar a Léo. Os paulistas chegaram com a equipe "intacta" ao Japão.
Em campo, os times têm apostas diferentes. Enquanto a estrela são-paulina era um goleiro (Rogério foi eleito melhor da Libertadores e do Mundial), Clemer gera desconfiança no gol do Inter até mesmo entre torcedores colorados -o reserva Renan, que ficou 770 minutos sem ser vazado no Brasileiro, é o preferido de muitos.
No ataque, o São Paulo apostava na experiência do trintão Amoroso. O Inter acredita em Alexandre Pato, de 17 anos.
As despedidas dos dois times do Brasil foram bem diferentes. O São Paulo fechou o Nacional com um convincente 3 a 1 no Atlético-PR, enquanto o Inter deu vexame ao perder no Beira-Rio por 4 a 1 do Goiás. Os paulistas foram ao Japão via Frankfurt sem problemas. Os gaúchos viajaram via Paris e sofreram com perda de conexão e com problemas de passaportes de seus atletas estrangeiros.
O Inter fez até eleição entre a final da Libertadores e o Mundial. Vitório Píffero foi apontado presidente para o biênio 2007/08, embora assuma em janeiro. Marcelo Portugal Gouvêa só deixou a presidência do São Paulo em abril deste ano.
Outro detalhe: o São Paulo jogou com seu uniforme principal. O Inter vai de branco.