São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2002

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O PERSONAGEM

Boxeador diz que não busca mais o nocaute

DO ENVIADO A LAS VEGAS

Em entrevista exclusiva à Folha, Acelino Freitas, o Popó, dedicou o título à mulher, criticou sua antiga equipe e disse que não busca mais o nocaute, mas sim boxear os 12 assaltos. (EO)

Folha - O que significa essa vitória para a sua carreira?
Popó -
Muito. É a independência financeira para minha família, meus filhos. E o reconhecimento do mundo inteiro.

Folha - Qual foi o papel de sua mulher, Eliana Guimarães [apontada como o pivô do rompimento com a ex-equipe, após alegar exploração", nessa conquista?
Popó -
Sem Eliana nada teria acontecido. Ela é meu braço direito. Dedico essa vitória para ela e para meu pai. A Eliana abriu meus olhos, me ensinou um monte de coisas. Além disso, ela incentiva, compreende a rotina de treinamentos. Eliana sempre estará comigo, na vitória e na derrota. Aliás, meu festejo será fazer uma nova lua-de-mel daqui a pouco.

Folha - Você provocou a ira da equipe de Casamayor ao afirmar que só estavam com ele por causa do dinheiro. O que queria dizer com aquilo?
Popó -
Fui mal interpretado. É porque ele é um refugiado cubano, humilde, e é muito fácil as pessoas colocarem coisas na cabeça dele. Acho que foi por isso que ele falou um monte de coisas a meu respeito antes da luta [como, por exemplo, que Popó estaria com medo de enfrentá-lo, daí os adiamentos da luta". Queria alertá-lo para que não passasse o mesmo que passei por causa de minha ex-equipe.

Folha - Houve algum momento na luta em que Casamayor o assustou?
Popó -
Nunca tinha visto sair sangue de mim em uma luta, isso foi no sexto ou sétimo assalto. Como você não vê, só sente, não sabe qual a quantidade. Fiquei com medo de o juiz parar a luta.

Folha - O que achou do fato de, pela segunda vez seguida, não ter chegado ao nocaute?
Popó -
Achei ótimo. Não busco mais o nocaute. Treinei para 12 assaltos. Ainda estou invicto. Foi tudo como Deus planejou.

Folha - Você chorou na entrevista coletiva de quinta. O que passava pela sua cabeça?
Popó -
[Chorando] Lembrei que saí de uma família humilde. Alguns amigos meus se envolveram com drogas, outros morreram...



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