São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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Seleção começa preparação olímpica no Qatar e aposta em atletas experientes com a camisa amarela

"Veteranos" iniciam caça ao ouro

Nilton Santos/Divulgação
O são-paulino Kaká, que será o capitão da seleção brasileira sub-23 no Qatar, participa de treino


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A busca do inédito ouro olímpico recomeça hoje para o Brasil com uma geração que sabe bem o que é defender a seleção.
O grupo que enfrenta a Noruega, às 11h15, em Doha, na estréia do Torneio de Qatar, é formado por atletas que vestem a camisa amarela desde a adolescência.
Dos 22 convocados pelo treinador Ricardo Gomes, 15 defenderam o país em campeonatos mundiais ou sul-americanos nas categorias de base.
Dez estiveram no último Mundial júnior, em 2001, na Argentina. Em 1999, quando convocou seu time olímpico pela primeira vez, Wanderley Luxemburgo só chamou quatro atletas que tinham disputado a última edição do principal campeonato sub-20.
"Isso [a experiência nas categorias de base] ajuda muito. Não só na seleção mas também nos clubes", afirma Gomes, que terá um ano para preparar o time antes da disputa do Pré-Olímpico, que acontece no Chile no início do próximo ano e classifica duas seleções para os Jogos de Atenas.
Essa geração experiente terá o desafio de apagar o vexame da Olimpíada de Sydney, quando o Brasil, mesmo com dois atletas a mais, perdeu para Camarões.
Para o duelo que marca o início de mais uma tentativa de alcançar a medalha de ouro, o time será formado basicamente pelos jogadores que disputaram o Mundial sub-20 argentino, em que o Brasil não passou das quartas-de-final.
Seis dos 11 escolhidos por Gomes -o goleiro Rubinho, o lateral-direito Maicon, o zagueiro Luizão, o volante Fernando, o meia-atacante Kaká e o atacante Robert- começaram o jogo contra Gana, que tirou o Brasil da competição júnior em 2001.
Outros três atletas que iniciam o confronto de hoje contra a Noruega -o zagueiro Júlio Santos, o volante Júlio Baptista e o meia Léo Lima- estavam no banco de reservas naquela ocasião.
Alguns desses jogadores têm muito mais experiência nas seleções de base do que nos profissionais de seus clubes.
O corintiano Rubinho, 20, por exemplo, já disputou o Mundial como juvenil ou júnior, mas nunca conseguiu se firmar como titular de seu clube.
Apesar de alinhar um time com velhos conhecidos, Gomes não espera muito do jogo de hoje.
"Só tivemos três dias de treinos. O entrosamento só virá com o tempo", afirma o treinador, que poucas informações têm sobre os rivais do Brasil no Qatar.
"Não dá para ter nenhuma idéia dos adversários. Não temos vídeos de seleções sub-23", diz o ex-técnico do Juventude, que espera a marcação de mais jogos preparatórios para seu time.
Para os próximos compromissos do time olímpico, o treinador poderá ter a oportunidade de contar com os jogadores que estavam indisponíveis agora, como os astros santistas Diego e Robinho, lesionados na época da convocação, e os atacantes Ewerthon e Adriano, que não foram liberados por seus times na Europa.
Esses atletas, com exceção do atacante Robinho, também já tiveram a experiência de jogar um Mundial das categorias de base.

NA TV - Brasil x Noruega, ao vivo, às 11h15, no SBT


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