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FUTEBOL
Plano de consultorias e ameaça de voltar à FPF esbarram em ex-colegas
Cartolas rechaçam retorno de Farah ao mundo da bola
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Se depender da vontade dos
principais cartolas do país, Eduardo José Farah, 69, não tirará do
papel seu plano de voltar à ativa.
A manifestação dos ex-colegas
foi motivada pelas declarações de
Farah publicadas ontem na Folha. Na entrevista, o ex-presidente
da Federação Paulista tornou público o rompimento com seu sucessor, Marco Polo Del Nero, declarou que, se quisesse, poderia
voltar a dirigir o futebol no Estado
imediatamente e confirmou sua
idéia de dar consultoria a clubes.
Questionados sobre a possibilidade de Farah retornar à presidência da FPF, agora ou nas eleições de 2006, representantes de
três dos grandes paulistas manifestaram-se contrários à idéia.
Os desafetos do ex-cartola não
quiseram se manifestar publicamente, alegando que a disputa entre Farah e Del Nero não lhes dizia
respeito. Mas a Folha ouviu deles
expressões como "por mim ele
não passa nem na rua da FPF" e "a
era Farah está morta e enterrada".
Para justificar suas posições, dirigentes de Palmeiras, Corinthians e Santos disseram que a
FPF de Del Nero tem outra cara.
Apontam como mudanças o tom
conciliador do novo mandatário,
cortes de despesas em R$ 6,2 milhões e a abertura de licitações para escolher parceiros do Paulista.
Até antigos aliados, como José
Luiz Lourencetti (Guarani) e Oliveira Júnior (Ituano), destacaram
mudanças na FPF. "Antes, a gente
ficava esperando até sete horas
para ser atendido, era um desrespeito", disse o dono do clube de
Itu em almoço na FPF na sexta.
"Quando eu tinha audiência com
o Farah, não marcava nenhum
outro compromisso, porque não
sabia a que horas ele me atenderia", completou o cartola bugrino.
O são-paulino Marcelo Portugal
Gouvêa, único citado por Farah
como bom dirigente do futebol
brasileiro, disse ser simpático à
volta de seu aliado, mas não quis
comprar briga com Del Nero.
"Concordo com o Farah. Sou
mesmo um ótimo dirigente, mas
não tenho carisma. Se ele resolvesse voltar ao futebol, acho que
faria uma ótima administração.
Mas essa é uma questão em que o
São Paulo não vai se meter."
O presidente do Clube dos 13,
Fábio Koff, também rechaçou a
volta. "Ficou claro que a renúncia
foi como a do Jânio Quadros. Ele
achava que todos iam querer sua
volta. Não foi isso que aconteceu,
para o bem do futebol."
Marco Polo Del Nero evitou atacar o novo rival. "Não vou mais
falar dele. Em outros tempos, haveria reunião de apoio ao presidente na FPF. Sou diferente."
Ricardo Teixeira, da CBF, não
fala publicamente, mas vê como
um alívio a saída do desafeto.
A Folha tentou, sem sucesso,
ouvir Farah ontem. Foi informada por uma secretária que ele não
estava em seu escritório.
Colaboraram João Carlos Assumpção e
Eduardo Arruda, da Reportagem Local
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