São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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BASQUETE
Melhor jogador da história da NBA se aposenta dizendo que está mentalmente esgotado para continuar
Jordan se despede por falta de desafios

France Presse
O norte-americano Michael Jordan anuncia sua aposentadoria, dizendo que não tem mais motivação no basquete


da Reportagem Local

"Não quero me enganar, dizendo que estou mentalmente 100%."
Michael Jordan, 35, considerado o melhor jogador da história do basquete, justificou assim sua aposentadoria da NBA, liga na qual se concentra a nata do esporte.
O superastro do Chicago Bulls, que conduziu sua equipe a seis títulos da liga profissional norte-americana nesta década, anunciou o abandono das quadras ontem à tarde, em uma entrevista no United Center, ginásio dos Bulls.
"Foi uma decisão difícil, porque estou deixando de fazer uma coisa que gosto de verdade. Mas o basquete é maior que Michael Jordan", afirmou o armador.
Jordan disse que, mesmo que decidisse seguir jogando, estaria impedido pelos próximos dois meses. Ele afirmou que fará em breve uma cirurgia para sanar uma lesão no tendão do dedo mínimo da mão direita, causado quando ele manipulava um charuto.
"É um dia triste para os fãs de basquete no mundo todo e o mais difícil na história do Chicago Bulls", declarou Jerry Reinsdorf, dono da equipe, pouco antes de também "aposentar" pela segunda vez, erguendo-a ao teto do ginásio, a camisa 23 de Jordan.
Outras personalidades do basquete, bem como o presidente dos EUA, lamentaram a saída de Jordan (leia nesta página).
O jogador declarou que fisicamente se sente em condições de seguir atuando na NBA, mas que o problema está na cabeça.
"Estou muito bem fisicamente, mas esgotado no plano psicológico. Não sinto que haja mais o que atingir (no basquete)", acrescentou Jordan, que ainda foi campeão no basquete universitário e ouro nas Olimpíadas de 84 e 92.
Em 93, o atleta já havia se afastado das quadras, mas retornou para voltar a fazer história (veja quadro abaixo). Ontem, porém, assegurou que a decisão é definitiva.
"Meu desafio agora, e que não é pequeno, é dar prioridade à minha família, ser um bom pai", disse.
O que também pode ter pesado na decisão de Jordan é a temporada 98/99 ter sido ceifada devido a uma greve de patrões -causada por complicações salariais.
Segundo o jornal "Chicago Tribune", o jogador teria dito a amigos nesta semana que não considerava atrativa a idéia de jogar um torneio de apenas 50 partidas em vez das 82 regulares.


Com as agências internacionais



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