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Corinthians dá início a ação para cobrar Dualib
Clube quer ser assistente de acusação em processo
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians deu o primeiro passo na Justiça para exigir
de seu ex-presidente Alberto
Dualib o ressarcimento de recursos supostamente desviados dos cofres do clube.
Advogados corintianos entraram, anteontem, com um
pedido para serem aceitos como assistentes de acusação no
processo criminal contra o cartola, que corre na Justiça comum. A ação analisa se houve
desvios de dinheiro do clube
por meio de notas frias.
Se o pedido for aceito, a diretoria do Corinthians reivindicará o bloqueio de bens de Dualib. Dessa forma, tentaria garantir que haveria bens a penhorar para que o ex-cartola
devolvesse dinheiro ao clube.
Outros acusados, como o ex-vice-presidente Nesi Curi, também podem ser atingidos.
"Entramos com esse primeiro pedido e, se aceito, faremos o
outro [bloqueio dos bens]", explicou o vice jurídico do Corinthians, Sergio Alvarenga.
Investigação da Polícia Civil
e de promotores estaduais
apontou um total de cerca de
R$ 1,4 milhão de notas frias dadas ao clube por serviços prestados, de 2002 a 2007. A empresa NBL era o centro do esquema, segundo denúncia do
Ministério Público Estadual.
Há a suspeita dos promotores de que o desvio possa chegar a R$ 5,4 milhões, já que a
movimentação financeira de
Dualib no período investigado
foi bem superior a suas rendas.
"Neste processo criminal,
existe uma vítima. O interesse
do Corinthians deve ser obter a
devolução do dinheiro", afirmou o promotor José Reinaldo
Carneiro. "Isso mostra a independência da atual diretoria
em relação à anterior."
Segundo Carneiro, a cobrança do Corinthians da devolução
do dinheiro pode acontecer no
processo criminal.
A decisão de pedir para ser
assistente de acusação foi tomada por influência do departamento jurídico.
A princípio, o presidente do
clube, Andres Sanchez, era
contra a iniciativa.
Sua posição era a de que o
clube não deveria interferir no
processo porque a acusação cabia apenas aos promotores estaduais. Assim, o clube deveria
esperar os resultados da ação
para pedir ressarcimento.
Mas os advogados corintianos temem que Dualib complete a transferência de seus bens
para offshore no Uruguai. Alguns estão descrentes quanto à
recuperação do dinheiro.
Grampos da Polícia Federal
-no outro processo sofrido por
Dualib por conta da parceria
com a MSI -mostraram o cartola conversando com seu contador sobre o repasse dos bens.
Pelo diálogo, a operação estava
pronta, mas não foi concluída.
Dualib possui 33 imóveis listados na Junta Comercial.
O advogado do cartola, José
Luis Toloza, porém, afirmou
esperar negativa da Justiça ao
pedido de bloqueio de bens.
"O Alberto Dualib não adquiriu nenhum bem enquanto esteve no clube. Não tem com o
que se preocupar", afirmou o
advogado. "A Justiça Federal já
negou pedido de seqüestro de
bens feito pelo Ministério Público por esse motivo."
Colaborou RICARDO PERRONE, do Painel FC
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