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Alonso perde brilho, mas voltar a sorrir na Renault
Satisfeito com retorno à equipe, piloto admite que não possui carro competitivo
Espanhol diz que Ferrari,
McLaren e talvez BMW estão na frente, mas que testes não esclareceram posição do time em relação aos demais
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE
A mudança não passa despercebida no escaldante paddock do circuito de Albert Park.
Não é apenas o uniforme diferente ou o cabelo crescido que
chamam a atenção. Fernando
Alonso está diferente. O piloto
espanhol voltou a sorrir.
Após um ano de pesadelo na
McLaren, está novamente na
Renault, equipe em que faturou
dois Mundiais e da qual nunca
escondeu ter sentido saudades.
Livrou-se da incômoda companhia de Lewis Hamilton e de
Ron Dennis, com quem não
mais falava ao fim da temporada. Está novamente sob as asas
protetoras de Flavio Briatore.
"Está tudo quase igual a antes, para ser honesto. As pessoas são quase todas as mesmas, o grupo técnico é o mesmo, os mecânicos estão lá", falou, com um semi-sorriso que
não escondia sua satisfação de
voltar a um ambiente familiar.
Mas a felicidade de Alonso
pode sofrer um baque logo. O
treino que define o grid de largada para o GP da Austrália de
F-1, à 0h, pode dar um choque
de realidade no espanhol.
E trazer à tona algo que ele
admite ainda desconhecer.
"Estou ansioso pela classificação para sabermos de fato
onde estamos e o que podemos
fazer", disse Alonso em Melbourne, cidade que recebe a
prova de abertura do Mundial
de F-1, na madrugada de amanhã, à 1h30 (de Brasília).
"A verdade é que as coisas
não ficaram muito claras para
nós depois dos testes da pré-temporada", continuou o piloto
da Renault. "Sabemos que Ferrari e McLaren estão à frente,
talvez a BMW também, mas
não temos certeza de onde estamos comparados a Williams,
Red Bull e Toyota. Em cada
treino, um time estava melhor,
então é difícil saber ao certo."
Ontem, na primeira sessão
de treinos livres, o espanhol
conseguiu se colocar atrás das
duplas de McLaren e Ferrari e
do Red Bull de Mark Webber.
Kimi Raikkonen foi o mais veloz, seguido por Hamilton, Felipe Massa e Heikki Kovalainen. Mas Alonso guiou tão no
limite que "passeou" na caixa
de brita -seu parceiro, Nelsinho Piquet, que estréia na F-1,
sofreu com o carro e rodou.
Se as dúvidas começam a ser
respondidas à medida que os
carros vão à pista na Austrália,
Alonso terá de passar a se preocupar com outra coisa. Algo
com que pode não saber ao certo o melhor modo de lidar.
Na ânsia de se ver livre da
McLaren -tinha contrato de
três anos, cumpriu apenas
um-, distanciou-se da disputa
pelo título de 2008. De um dos
favoritos, agora luta por pódios.
Pela primeira vez desde que
foi campeão, em 2005, o piloto
espanhol começa uma temporada tendo de conviver com o
fato de que não terá um carro
para lutar por vitórias.
"Nos últimos três anos, eu
realmente comecei com um
carro competitivo desde a primeira corrida, o que parece não
ser o caso agora", declarou
Alonso, que logo emendou, otimista: "Mas eu não vou desistir.
O campeonato é longo, e acho
que temos tempo suficiente para nos recuperarmos. Ainda tenho total confiança nas nossas
chances".
Mas não por acaso seu contrato com a Renault é de apenas
uma temporada -com opção
de renovar por mais uma.
NA TV - Treino classificatório
Globo, ao vivo, à 0h
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