São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Alonso perde brilho, mas voltar a sorrir na Renault

Satisfeito com retorno à equipe, piloto admite que não possui carro competitivo

Espanhol diz que Ferrari, McLaren e talvez BMW estão na frente, mas que testes não esclareceram posição do time em relação aos demais


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

A mudança não passa despercebida no escaldante paddock do circuito de Albert Park. Não é apenas o uniforme diferente ou o cabelo crescido que chamam a atenção. Fernando Alonso está diferente. O piloto espanhol voltou a sorrir.
Após um ano de pesadelo na McLaren, está novamente na Renault, equipe em que faturou dois Mundiais e da qual nunca escondeu ter sentido saudades.
Livrou-se da incômoda companhia de Lewis Hamilton e de Ron Dennis, com quem não mais falava ao fim da temporada. Está novamente sob as asas protetoras de Flavio Briatore.
"Está tudo quase igual a antes, para ser honesto. As pessoas são quase todas as mesmas, o grupo técnico é o mesmo, os mecânicos estão lá", falou, com um semi-sorriso que não escondia sua satisfação de voltar a um ambiente familiar.
Mas a felicidade de Alonso pode sofrer um baque logo. O treino que define o grid de largada para o GP da Austrália de F-1, à 0h, pode dar um choque de realidade no espanhol.
E trazer à tona algo que ele admite ainda desconhecer.
"Estou ansioso pela classificação para sabermos de fato onde estamos e o que podemos fazer", disse Alonso em Melbourne, cidade que recebe a prova de abertura do Mundial de F-1, na madrugada de amanhã, à 1h30 (de Brasília).
"A verdade é que as coisas não ficaram muito claras para nós depois dos testes da pré-temporada", continuou o piloto da Renault. "Sabemos que Ferrari e McLaren estão à frente, talvez a BMW também, mas não temos certeza de onde estamos comparados a Williams, Red Bull e Toyota. Em cada treino, um time estava melhor, então é difícil saber ao certo."
Ontem, na primeira sessão de treinos livres, o espanhol conseguiu se colocar atrás das duplas de McLaren e Ferrari e do Red Bull de Mark Webber. Kimi Raikkonen foi o mais veloz, seguido por Hamilton, Felipe Massa e Heikki Kovalainen. Mas Alonso guiou tão no limite que "passeou" na caixa de brita -seu parceiro, Nelsinho Piquet, que estréia na F-1, sofreu com o carro e rodou.
Se as dúvidas começam a ser respondidas à medida que os carros vão à pista na Austrália, Alonso terá de passar a se preocupar com outra coisa. Algo com que pode não saber ao certo o melhor modo de lidar.
Na ânsia de se ver livre da McLaren -tinha contrato de três anos, cumpriu apenas um-, distanciou-se da disputa pelo título de 2008. De um dos favoritos, agora luta por pódios.
Pela primeira vez desde que foi campeão, em 2005, o piloto espanhol começa uma temporada tendo de conviver com o fato de que não terá um carro para lutar por vitórias.
"Nos últimos três anos, eu realmente comecei com um carro competitivo desde a primeira corrida, o que parece não ser o caso agora", declarou Alonso, que logo emendou, otimista: "Mas eu não vou desistir. O campeonato é longo, e acho que temos tempo suficiente para nos recuperarmos. Ainda tenho total confiança nas nossas chances".
Mas não por acaso seu contrato com a Renault é de apenas uma temporada -com opção de renovar por mais uma.


NA TV - Treino classificatório
Globo, ao vivo, à 0h



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