São Paulo, Domingo, 14 de Março de 1999 |
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FUTEBOL Escorado na lei que ex-ministro dos Esportes patrocinou, projeto de campeonato já atraiu parceiro no exterior Pelé negocia superliga do século 21
ROBERTO DIAS e MARCELO DAMATO da Reportagem Local A empresa de Pelé está negociando com parceiros estrangeiros a criação de uma superliga brasileira de futebol, profissionalizada, com os principais times do país e, o que é bem possível, independente da Confederação Brasileira. Os detalhes do plano, o mais ambicioso imaginado até hoje no esporte nacional, foram esboçados no final do ano passado. Eles se encaixam perfeitamente no cronograma das mudanças impostas pela legislação que o ex-jogador ajudou a aprovar no período em que esteve à frente do Ministério dos Esportes (1995 a 1998). A Lei Pelé, que dá aos clubes a liberdade de organizar seu próprio campeonato, já entrou em vigor. Mas o artigo que exige dos clubes que transformem em empresas seus departamentos de futebol, o empurrão em direção à nova fase, começa a vigorar em um ano. A mudança na lei levou a Media Partners, uma das gigantes mundiais do marketing esportivo, a se interessar pelo Brasil. Para parceiro no projeto buscou uma empresa com um bom garoto-propaganda e prestígio junto ao governo brasileiro -a Pelé Sports & Marketing. Os parceiros chegaram a assinar em 4 de dezembro uma carta de intenções. Nem a crise brasileira inviabilizou as negociações. Nesse contrato, que a Folha obteve com exclusividade e revela nesta edição, é definida a constituição de uma empresa para administrar a futura liga, com controle dividido e presidência da Pelé Sports & Marketing. O texto é assinado, também, pelo advogado Carlos Miguel Aidar, ex-presidente do São Paulo e um dos redatores do projeto original da Lei Pelé. Num sinal de que o negócio tem mesmo bases concretas, a Fundação Getúlio Vargas foi contratada no ano passado para calcular o impacto econômico dessa nova liga. Próximo Texto: Ascensão e queda se opõem no Morumbi Índice |
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