São Paulo, Domingo, 14 de Março de 1999
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Parceiro se diz "deprimido"
com o Brasil

da Reportagem Local

A principal meta da Media Partners, parceiro da empresa de Pelé no projeto da superliga, é "vender" o futebol brasileiro para o exterior.
Grosso modo, essa idéia é um contra-argumento a uma corrente que diz haver "exagero" nas avaliações sobre a amplitude do mercado brasileiro de futebol.
Ou seja: quando aparecem projetos de profissionalização do futebol no país, surge o argumento de que o modelo europeu talvez não seja o ideal para o Brasil, porque as realidades são muito diferentes.
"Ficamos tristes, deprimidos, quando olhamos para o Brasil, um país enorme, com tantas oportunidades", diz Peter Ekelund, da Media Partners International.
"O valor do futebol brasileiro não se esgota nas fronteiras do Brasil. O futebol é o mais globalizado dos produtos. Não precisa de tradução. É uma mercadoria para a qual você não precisa fazer um trabalho para colocar em outro mercado. Essa é a grande sacada do negócio", afirma Celso Grellet, sócio da Pelé Sports & Marketing.
Segundo Grellet, a Media Partners acha que o negócio pode se tornar lucrativo por causa da demanda externa por futebol -tendo o Brasil um dos "produtos" mais cobiçados.
Na opinião da empresa, nem a baixa renda per capita dos brasileiros seria um grande entrave à comercialização da futura liga.
"E A TV tem um papel fundamental nisso (na comercialização com o exterior)", diz Grellet.
Ele aponta, por exemplo, as transmissões internacionais como um das molas propulsoras do sucesso do futebol italiano.
Hoje, o Campeonato Brasileiro é transmitido internacionalmente pela ESPN, mas em horários secundários e normalmente em VT.
Para tornar o futebol nacional atrativo para a TV mundial, afirma o empresário, é necessário organizar o calendário das competições e manter os principais -e mais caros- jogadores no Brasil, como Ronaldinho e Rivaldo.
"Os europeus enxergam o Brasil como o grande celeiro do futebol do mundo. O produto (o futebol brasileiro) teria um valor muito grande se Ronaldinho não tivesse sido vendido. O produto não é vendido porque os craques estão jogando lá (na Europa)", afirma Grellet. (RD e MD)


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