São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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JUCA KFOURI

Vá ter fé assim lá longe

E o chamado Clube da Fé contrariou tudo e a todos e alcançou no Morumbi uma vitória ressuscitadora

ERA PRECISO ser muito são-paulino para acreditar que daria para derrotar o caro, entrosado, melhor e descansado Palmeiras mesmo no Morumbi.
Ou ter muita fé na história que revela como os vitoriosos antecipados de ontem são os derrotados atônitos de hoje. Bem que Muricy Ramalho avisou que a parada era indigesta para o São Paulo, mas que também era dura para o Palmeiras.
Pois no cara ou coroa de ontem não deu Verdão e não deu empate porque a moeda caiu em pé, como se dizia nos anos 40 quando o São Paulo ganhou o apelido de Clube da Fé e o Campeonato Paulista de 1943, predestinado ao Corinthians ou ao Palmeiras. Era, também, uma alusão a Paulo, o Apóstolo da Fé.
Fé que levou o São Paulo a jogar com extrema humildade diante do Palmeiras, como se lhe reconhecesse a superioridade, mérito deste Muricy sempre posto em dúvida.
O cinturão de segurança que o tricolor armou em seu campo deu certo, ajudado pela providencial volta de Alex Silva, cujo único pecado foi o pênalti desnecessário em Lenny, o garoto que Luxemburgo usou para quase mudar inteiramente o resultado do jogo.
Um jogo que o renascido tricolor ganhou sem justiça, pois o Imperador Adriano lançou mão não só da cabeça para fazer o primeiro gol, embora num lance, de fato, dificílimo de ser marcado. Agora, domingo que vem, o empate dá o 21º título paulista ao São Paulo e tira o 22º do Palmeiras.

Profetas
Nelson Rodrigues dizia que o Fla-Flu nasceu 40 minutos antes do nada.
E Eurico Miranda disse que estava escrito há 2.000 anos que o Vasco seria campeão em 2008. O Nostradamus de São Januário bem que poderia abandonar as previsões, o Vasco e o futebol. Mas até Nelson Rodrigues errou porque, desta vez, foi o Clássico Vovô quem nasceu na véspera, pois Botafogo e Fluminense decidirão a Taça Rio.

Neurose$Ganância
A insistência de Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte, em reintroduzir o mata-mata no Campeonato Brasileiro parece coisa de louco.
Não bastam as pesquisas indicarem que o torcedor já aprovou o sistema que o mundo inteiro consagrou e nem a posição aparentemente inflexível da CBF em manter as coisas como estão.
Como se fosse uma questão pessoal em que acabou amplamente derrotado por grupo rival, o executivo global (perdão por tanta rima pobre) bate na tecla sem parar e ainda a transforma na única possibilidade de dar mais dinheiro para o clubes pelos direitos de transmissão. Porque fora dela, para perplexidade até no carcomido Clube dos 13, ele diz que o único jeito será tirar dinheiro do Sportv e do "pagar-pra-ver", por acaso das mesmas Organizações Globo, mas sem influência no seu bônus anual.

Quanto prestígio!
Não é por nada, mas porque a tocha olímpica passou pela Argentina e não pelo Brasil? Será Buenos Aires a cidade candidata aos Jogos Olímpicos de 2016 e não o Rio?

blogdojuca@uol.com.br


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