São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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JUCA KFOURI

Rabiscando o futuro


O novo contrato com a TV e passos modernizantes permitem imaginar o futuro de nossos clubes


CORINTHIANS E Flamengo, pelo gigantismo de ambos, que supera até incompetências e desvios, devem puxar o trem do futebol brasileiro em seu processo de concentração de riqueza, ou de crescente "espanholização".
O novo contrato com a Globo pela transmissão das partidas do Brasileiro favorece ainda mais tal encaminhamento.
Mas, diferentemente do que acontece na Espanha e em outros países de poucos papões, aqui a história tende a ser um pouco diferente.
O Inter, por exemplo, caminha a passos largos para garantir seu lugar entre os maiores e, depois de muito bem-sucedido na campanha pelo sócio- -torcedor, eis que o clube agora tem um gestor profissional, pós-doutor em economia pela Columbia University, de larga experiência na vida pública, ex-secretário da Fazenda do escandaloso governo Yeda Crusius, mas convidado pela presidente Dilma Rousseff para participar de seu governo.
Aod Cunha de Moraes Junior é um novo passo para arejar o velho ambiente de nosso futebol, e não será surpresa se o primeiro clube a imitar o Internacional vier a ser exatamente o Grêmio, porque no Rio Grande do Sul, diferentemente do que acontece em Minas Gerais e na Bahia, um rival costuma imitar o outro nas boas iniciativas, de maneira tal que um puxa o outro.
A vantagem que o São Paulo tinha sobre seus rivais, porque era o típico caso de um olho em terra de cego, começa a ser ameaçada, embora o Tricolor pareça garantido entre os cinco, no máximo seis clubes, que irão tomar conta do futebol brasileiro nesta quadra do século 21.
Difícil imaginar o Cruzeiro fora disso, como é difícil o caminho do Santos, embora também dê passos na direção do futuro.
Porque o Cruzeiro tem Minas como aliado, e o Santos não tem a massa que seu passado, remoto e recente, deveria ter produzido.
Previsões foram feitas para ser desmentidas, e deixar o Palmeiras de fora é o risco que se corre, assim como não se vê, aqui, maiores perspectivas para Galo, Vasco, Fluminense e Botafogo, aparentemente condenados a serem clubes médios -e só se forem capazes de boas gestões.
O Galo tanto se deu conta disso que esperneou o que pôde, com razão, para tentar evitar a implosão do Clube dos 13, assim como o Inter, com menos estridência porque mais realista e pragmático.
O futuro parece traçado.
Quem viver verá?

blogdojuca@uol.com.br


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