RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado, o show de Ronaldo, a classe de Zidane, o virtuosismo de Figo, a técnica de Raúl e a explosão de Roberto Carlos. Do outro, a vontade de Zambrotta, a voluntariedade de Tacchinardi, o vigor de Montero, a força de Tudor e a segurança de Buffon.
O único exemplo de supertime no planeta sucumbirá hoje na Copa dos Campeões, principal interclubes do mundo, se perder por um simples 1 a 0 diante da equipe mais bem-sucedida do bruto futebol italiano, chamado de calcio.
Real Madrid e Juventus decidem quem irá enfrentar o Milan na final em Manchester. Ontem, após um empate por 1 a 1 no San Siro, o Milan eliminou a rival Internazionale pelo gol feito fora de casa -a partida de ida, no mesmo estádio, mas que tinha o Milan como mandante, foi 0 a 0.
Só o Real Madrid pode impedir a primeira final italiana da história, que consagraria o estilo de jogo pautado pela forte marcação.
Deixando craques, como Rivaldo, Redondo e Serginho, na reserva, o Milan chegou à decisão com uma média de gols horrível (1,3 por partida). Empatou três dos quatro jogos que fez no mata-mata, dois deles sem anotar gol.
O atacante Ronaldo, o mais cintilante astro do clube espanhol, é dúvida para hoje por contusão. No jogo de ida, que terminou 2 a 1 para o Real Madrid, o zagueiro juventino Iuliano atingiu o brasileiro com um carrinho por trás.
Iuliano e Ferrara estão suspensos na Juventus. Mas o time italiano aposta em outros zagueiros para triunfar: Tacchinardi e Montero voltam após cumprir suspensão. Talvez a grande estrela da Juve, o volante Davids também retorna -levou cartão vermelho no jogo em que a campeã italiana eliminou o Barcelona na Espanha.
Os italianos estão mais animados após o fim de semana. A Juventus faturou outro scudetto. O Real perdeu a liderança do Espanhol e um de seus poucos "carregadores de piano", Makelele (ele se contundiu e não joga hoje). Os talentosos Zidane e Figo tiveram ao menos a chance de descansar.