RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um gol de Jô, o Corinthians venceu o Vitória por 1 a 0, ontem à noite, no Pacaembu, e impediu que a ameaça de Edílson fosse concretizada. Na véspera, ele prometera jogar o seu ex-time "ainda mais no buraco".
Pior defesa do Brasileiro, com 14 gols sofridos, o Corinthians saiu ileso do duelo com o melhor ataque dessa competição, com 16 tentos marcados até agora.
Na Copa do Brasil, a zaga corintiana vai bem: só levou um gol, contra o Fortaleza, no Ceará. Em dois jogos disputados no Pacaembu, não foi vazada nenhuma vez.
O triunfo traz de volta a tranqüilidade ao Parque São Jorge e deixa o clube a um empate da vaga nas semifinais da competição, que dá ao vencedor lugar na Libertadores-05. A partida em Salvador acontece na próxima quarta-feira.
"Dedicamos o resultado ao Oswaldo de Oliveira, que é nosso maior incentivador", disse o volante Fabinho referindo-se ao treinador, que sofre pressões de conselheiros contrários à sua permanência no clube.
A vitória aumenta a série de resultados positivos do time paulista contra nordestinos no torneio deste ano. O clube já venceu uma vez o Botafogo-PB e outra o Ferroviário-CE, além de empatar duas com o Fortaleza.
Bem marcado por Wendell e Betão, Edílson teve poucas chances de cumprir sua promessa. Ele só fez duas finalizações -uma errada-, ambas no primeiro tempo. Segundo o Datafolha, Wendell foi o segundo corintiano que mais fez desarmes (19), e Betão, o segundo (18). Valdson foi o que mais roubou bolas: 24.
Aos 36min da etapa final, Edílson foi substituído e saiu vaiado pela torcida. "Estou chateado porque me machuquei no primeiro tempo e não consegui ajudar o time" afirmou. Em 2000, ele deixou o clube após uma tentativa de agressão da Gaviões da Fiel.
O Corinthians começou o jogo com rápidas trocas de bola e poucos erros nos passes, diferentemente do que tem ocorrido em suas apresentações no Brasileiro, repletas de presentes aos rivais.
O gol não demorou a sair. Fabinho tocou para Jô, livre de marcação, abrir o placar aos 9min.
O novo posicionamento de Gil foi decisivo para a ofensividade corintiana no primeiro tempo. Ele foi o mais acionado da equipe, com 26 bolas recebidas. Além de armar, Gil teve de ajudar mais na marcação. A missão o tornou o jogador mais violento da equipe, com cinco faltas cometidas.
Depois de empolgar seus torcedores no primeiro tempo, o Corinthians voltou a apresentar antigas falhas na etapa final, como erros nas trocas de passes.
O Vitória foi mais ofensivo. Fábio Costa salvou o Corinthians com pelo menos quatro defesas.
A equipe paulista recorreu às faltas para segurar o rival. Foram 30 infrações cometidas, contra apenas 13 do adversário.
Os passes errados dos corintianos, que demonstraram estar cansados, atrapalharam os contra-ataques da equipe.
No fim do jogo, Oliveira deu oportunidade a Élton, 18, revelação do time campeão da última Copa São Paulo. Ele é o mais baixo do time, com 1,56 m.
No domingo, às 19h, o clube paulista tenta a sua segunda vitória no Brasileiro. Enfrenta o Guarani, no Pacaembu, às 19h.


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