São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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VÔLEI

Federação amplia poder de dirigente e proíbe críticas

Acusado de corrupção, presidente da FIVB implanta "lei da mordaça"

DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio a investigações de denúncias de corrupção contra seu presidente, a Federação Internacional de Vôlei decidiu aumentar os poderes do dirigente e impor uma "lei da mordaça".
Pelo novo código de conduta, aprovado ontem, estão proibidas críticas públicas à FIVB e às suas decisões. Além disso, as confederações nacionais não podem se opor legalmente à entidade.
As mudanças também deram plenos poderes ao mexicano Rubén Acosta. A partir de agora, o presidente será o único responsável por todas as ações/decisões da FIVB, inclusive sanções disciplinares, no período em que os órgãos executivos da entidade não estiverem reunidos.
O novo código de conduta fechou o pacote de apoio a Acosta apresentado na reunião do Comitê Executivo, em Portugal.
O mexicano está sendo investigado pela Justiça da Suíça e pelo Comitê Olímpico Internacional por uso ilegal de verbas obtidas com os direitos de transmissão de eventos internacionais de vôlei e com os Jogos de Sydney-00.
Segundo denúncia do ex-presidente da federação argentina, Mario Goijman, Acosta juntou cerca de US$ 18,7 milhões desde 1996 em porcentagens pela negociação de direitos de TV.
A FIVB aprovou o pagamento de 5% a 10% dos valores dos contratos negociados a quem os assinasse apenas a partir de 2000. Uma empresa de Acosta é a principal intermediária nas negociações da federação com as TVs.
A política de pagamento de comissão foi reafirmada pela entidade na reunião em Portugal.
Os membros do Comitê Executivo também reconfirmaram a expulsão de Goijman e de Luis Moreno, ex-presidente da Confederação Sul-Americana.
Luis Moreno foi suspenso no ano passado sob a alegação de não ter defendido a FIVB no embate contra Goijman. Com isso, a CSV caiu nas mãos do brasileiro Ary Graça Filho. O presidente da confederação brasileira acumula agora os dois cargos.
O prestígio de Acosta na FIVB, no entanto, pode não ser suficiente para sustentá-lo no COI.
Na próxima reunião da entidade, na segunda-feira, a Comissão de Ética deve apresentar o resultado da investigação sobre o mexicano. A expectativa de seus opositores é a de que ele seja expulso.
Membros do COI dizem que Acosta pode ainda ter uma saída honrosa. Como chegou aos 70, idade limite para dirigentes que ingressaram na entidade após 1999, ele poderia apenas deixar a Comissão de Estudo dos Jogos Olímpicos, da qual faz parte, como já ocorreria no fim do ano.


Com agências internacionais


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