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VÔLEI
Federação amplia poder de dirigente e proíbe críticas
Acusado de corrupção, presidente da FIVB implanta "lei da mordaça"
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio a investigações de denúncias de corrupção contra seu
presidente, a Federação Internacional de Vôlei decidiu aumentar
os poderes do dirigente e impor
uma "lei da mordaça".
Pelo novo código de conduta,
aprovado ontem, estão proibidas
críticas públicas à FIVB e às suas
decisões. Além disso, as confederações nacionais não podem se
opor legalmente à entidade.
As mudanças também deram
plenos poderes ao mexicano Rubén Acosta. A partir de agora, o
presidente será o único responsável por todas as ações/decisões da
FIVB, inclusive sanções disciplinares, no período em que os órgãos executivos da entidade não
estiverem reunidos.
O novo código de conduta fechou o pacote de apoio a Acosta
apresentado na reunião do Comitê Executivo, em Portugal.
O mexicano está sendo investigado pela Justiça da Suíça e pelo
Comitê Olímpico Internacional
por uso ilegal de verbas obtidas
com os direitos de transmissão de
eventos internacionais de vôlei e
com os Jogos de Sydney-00.
Segundo denúncia do ex-presidente da federação argentina,
Mario Goijman, Acosta juntou
cerca de US$ 18,7 milhões desde
1996 em porcentagens pela negociação de direitos de TV.
A FIVB aprovou o pagamento
de 5% a 10% dos valores dos contratos negociados a quem os assinasse apenas a partir de 2000.
Uma empresa de Acosta é a principal intermediária nas negociações da federação com as TVs.
A política de pagamento de comissão foi reafirmada pela entidade na reunião em Portugal.
Os membros do Comitê Executivo também reconfirmaram a expulsão de Goijman e de Luis Moreno, ex-presidente da Confederação Sul-Americana.
Luis Moreno foi suspenso no
ano passado sob a alegação de
não ter defendido a FIVB no embate contra Goijman. Com isso, a
CSV caiu nas mãos do brasileiro
Ary Graça Filho. O presidente da
confederação brasileira acumula
agora os dois cargos.
O prestígio de Acosta na FIVB,
no entanto, pode não ser suficiente para sustentá-lo no COI.
Na próxima reunião da entidade, na segunda-feira, a Comissão
de Ética deve apresentar o resultado da investigação sobre o mexicano. A expectativa de seus opositores é a de que ele seja expulso.
Membros do COI dizem que
Acosta pode ainda ter uma saída
honrosa. Como chegou aos 70,
idade limite para dirigentes que
ingressaram na entidade após
1999, ele poderia apenas deixar a
Comissão de Estudo dos Jogos
Olímpicos, da qual faz parte, como já ocorreria no fim do ano.
Com agências internacionais
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