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PAN-AMERICANO
Agência quer monitorar reservatórios que se encontram às margens de grandes rodovias no Rio
Abin vigia água e teme bioterrorismo nos Jogos de 2007
MARIO HUGO MONKEN
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) está preparando um
plano para evitar o bioterrorismo
nos Jogos Pan-Americanos de
2007 no Rio de Janeiro. A principal preocupação dos agentes é
com a contaminação da água.
A agência classificou como vulneráveis pelo menos dois reservatórios de água que abastecem o
Rio: Guandu e Ribeirão das Lajes,
que ficam às margens de rodovias
movimentadas. O primeiro encontra-se ao lado da BR-465, a antiga Rio-São Paulo. Já o segundo
fica ao lado da via Dutra, a estrada
mais movimentada do Estado.
Segundo os agentes que trabalham no plano, o acesso poderia
facilitar possíveis sabotagens no
sistema de abastecimento do Pan.
Já no início do próximo ano, a
Abin deverá iniciar a inspeção rotineira dos reservatórios. Eles
também vão recomendar o reforço de segurança no entorno dos
reservatórios para as empresas
que administram os locais.
Localizada em Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense, a estação de
Guandu, formada pela junção das
águas dos rios Ribeirão das Lajes,
Piraí e Paraíba do Sul, produz,
atualmente, 43 mil litros de água
por segundo, o que lhe confere o
título de maior estação de tratamento do mundo. A estação é responsável pelo abastecimento de 9
milhões de habitantes dos municípios do Rio, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João do Meriti,
Belford Roxo, Nilópolis e Itaguaí.
Guandu abastece cerca de 85% da
população da capital.
O Pan, que ocorrerá em julho de
2007, reunirá, segundo estimativa
do Comitê Organizador, 5.500
atletas de 42 países. As delegações
que mais preocupam a Abin são a
dos EUA e de Cuba, que ficarão
isoladas dentro da Vila do Pan.
Além da preocupação com os
reservatórios de água, a Abin está
desenvolvendo um plano para
combater outras formas de bioterrorismo. Os detalhes são mantidos em sigilo.
A agência também não esconde
a preocupação com os aeroportos
e as rodoviárias, que deverão receber milhares de pessoas. De
acordo com os agentes, a Polícia
Federal não dispõe de efetivo e
aparelhagem suficiente para realizar o controle da entrada e saída
de estrangeiros. A própria Abin
reconhece não estar preparada.
No Rio, o órgão conta com apenas
dois agentes para investigar
ameaças terroristas. Já com relação às rodoviárias, não há qualquer tipo de fiscalização sobre a
entrada e saída de passageiros.
A Abin não descarta que terroristas possam utilizar esta forma
de transporte. Em 1994, a agência
detectou que um líder de uma organização terrorista muçulmana
esteve no Rio e se deslocava somente usando ônibus.
Para monitorar melhor os turistas, a Abin firmará uma parceria
com os principais hotéis do Rio
no sentido de receber todas as informações sobre a chegada de
hóspedes estrangeiros.
Os agentes pedirão aos hoteleiros que solicitem aos clientes, na
hora de preencherem a ficha, que
coloquem todos os dados possíveis e que fiquem de olho no comportamento deles no período em
que estiverem no país. A Abin
confirmou que dois integrantes
da Al Qaeda, organização terrorista comandada por Osama Bin
Laden, estiveram hospedados em
um hotel de luxo no Rio em 2003.
Isso foi descoberto porque a Abin
foi alertada por uma agência de
inteligência estrangeira.
A agência acompanha ainda
possíveis planos de greves em serviços estratégicos -como os
transportes- durante o Pan.
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