São Paulo, domingo, 14 de maio de 2006

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FUTEBOL

A seleção de cada um

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

Cada um tem a sua seleção brasileira na cabeça.
A que interessa mesmo está na de Carlos Alberto Parreira e será anunciada amanhã.
Certamente será uma boa, mais, uma ótima seleção, capaz de encantar o mundo.
E certamente, também, será diferente da que está na sua cabeça.
Como na minha, que lamentaria não convocar o melhor de nossos goleiros, Marcos, por falta de jogo. Que sofreria por deixar de fora alguém como Gilberto Silva e como Mineiro, porque não há lugar para todos.
E que, hoje, escalaria como time titular Rogério; Cafu, Alex, Caçapa e Zé Roberto; Emerson, Juninho Pernambucano, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Ronaldo e Robinho. Um timaço!
Deve ser dura a vida do técnico da seleção. Porque o sofrimento dele por deixar jogadores de fora não é ficção e, ainda por cima, tem de ler alguns malucos que escalam como titulares jogadores que ele nem sequer convocará (Alex e Caçapa, por exemplo).
Se não bastasse, há até quem pega um Zé Roberto e o devolve à lateral esquerda, posição que não ocupa há séculos.
Mas, é claro, a minha seleção não é a dele. E na minha tudo isso já estaria mais que demonstrado como possível e vitorioso.
Ah, sim, falta ainda convocar os outros 12.
Pois lá vai: Dida e Gomes; Cicinho, Roberto Carlos e Júnior (que pena, Serginho!); Luisão e Juan; Edmilson, Alex (que pena, Júlio Baptista!), Adriano (meu 12º titular) e Fred.
Aqui, também, há jogadores que não estão nos planos de Parreira e este colunista/convocador/provocador, também, como é regra, não falará de nomes excluídos, até porque já lamentou o suficiente quatro exclusões, que ficam na lista de espera para qualquer eventualidade.
E faltou acrescentar um nome, o do 23º jogador, como o leitor atento já percebeu.
Este nome, citado em meu blog dias atrás, suscitou uma série de protestos. Houve até quem propusesse a internação do colunista. Que defende, simplesmente, a convocação de Rivaldo.
E defende porque Rivaldo está em plena atividade, acaba de ser campeão na Grécia, país que não irá à Copa do Mundo da Alemanha, mas que venceu a última Eurocopa.
Defende porque Rivaldo domina todos os fundamentos do jogo, porque tem uma baita experiência, porque poderia (sinal de que este convocador tem consciência de sua utopia) ser utilíssimo para momentos especiais de uma partida de Copa do Mundo.
Rivaldo não é apenas um craque vítima dos mais variados preconceitos. É um jogador de outros tempos, em que a propaganda era feita com a bola nos pés...
Seja como for, repita-se, Parreira tem seus preferidos e uma lógica a seguir. Que, é óbvio, podem e devem ser analisados criticamente. Se eu apresento meus prediletos e dou a cara a bater para você, e para ele, logo volto à minha insignificância e ao meu modesto papel: o de aplaudir e de não gostar.
Desta vez, com otimismo.

O jogo
O jogo da quinta rodada do Campeonato Brasileiro começa às 16h no estádio Beira-Rio. E reúne os dois times brasileiros que permanecem na Taça Libertadores da América. Ambos, por detalhes, acabaram derrotados em Quito (Equador) e Quilmes (Argentina). O Internacional foi vítima da altitude no segundo tempo, quando pregou. Nada mais natural, esperado, e que um 1 a 0 no confronto de volta não resolva diante do bom time da LDU. Já o São Paulo, que jogou com valentia diante do Estudiantes, caiu como outros três adversários da aguerrida equipe argentina, depois dos 40 minutos do segundo tempo. Ganhar no estádio do Morumbi, por dois gols de diferença, no insuportavelmente longínquo dia 19 de julho, será uma tortura. Para ambos, hoje, no entanto, é dia de mostrar recuperação e bom futebol.
blogdojuca@uol.com.br


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