São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GRUPO C/ ONTEM

Roberto Carlos vê o substituto brilhar ao marcar um gol e dar duas assistências

Júnior sai do banco para se tornar o melhor em campo

DOS ENVIADOS A SUWON

Na primeira vez que deu chance a um reserva depois de nove partidas seguidas por Copas, o lateral-esquerdo Roberto Carlos viu seu substituto, o baiano Júnior, 28, se transformar no melhor jogador da goleada de 5 a 2 da seleção brasileira sobre a Costa Rica.
O atleta do Parma, que atuou para que o titular da posição fosse poupado e não transformasse as dores musculares que sente em uma lesão grave, marcou um gol, deu o passe para outros dois e levou para o lado esquerdo do campo a maioria esmagadora dos ataques do time nacional.
Ao final, foi indicado pela Fifa como o melhor jogador da partida, honraria geralmente destinada aos artilheiros ou aos nomes mais famosos do futebol.
"Ele foi incrível", disse Roberto Carlos, que preferia não ser poupado, sobre o desempenho de seu substituto. Júnior havia entrado para a lista dos preferidos de Luiz Felipe Scolari no tempo em que ambos estavam no Palmeiras e conquistaram a Libertadores-99.
Apesar da ótima atuação, o próprio Júnior admitiu que não vê a possibilidade de tomar o posto do jogador do Real Madrid, titular desde o meio da década passada.
Assim, Scolari vai continuar apostando em um lateral mais experiente em Mundiais e eficiente na defesa, mas que não mostrou contra Turquia e China o poderio ofensivo apresentado por Júnior.
"O bom é estar na seleção. Isso já é maravilhoso", disse o lateral do Parma, que comemorou com uma ""sambadinha maluca" o seu gol, o último da seleção.
Segundo o Datafolha, Júnior foi mais eficiente do que Roberto Carlos em praticamente todos os fundamentos ofensivos.
O índice de acerto de cruzamentos dele, por exemplo, bateu nos 75%, contra modestos 17% do titular da camisa seis da seleção. Júnior também driblou mais -três tentativas, contra média de apenas uma do jogador titular.
No segundo tempo, o trabalho do lateral foi facilitado por uma alteração de Alexandre Guimarães na Costa Rica. O treinador, que nasceu no Brasil, tirou o lateral-direito Wallace da equipe e colocou no seu lugar o meia-atacante Bryce, deixando mais espaço para os avanços de Júnior.
"Jogamos com nosso estilo e estamos orgulhosos disso", disse Guimarães, negando que a postura ofensiva de seu time tenha facilitado o trabalho dos rivais.
Em tarde inspirada e com o caminho aberto, Júnior fez com que a seleção brasileira, desta vez, não insistisse tanto nas jogadas pela direita com Cafu. Contra os costarriquenhos, o jogador da Roma foi acionado 29 vezes. Nas duas rodadas iniciais, sua média de bolas recebidas atingiu 40 por jogo.
Já na defesa, o ex-jogador do Palmeiras contribuiu para o time nacional ser pressionado durante boa parte do jogo. Júnior só conseguiu 11 desarmes, contra uma média de 15 do dono da posição nos duelos contra as seleções da Turquia e da China. (FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS, ROBERTO DIAS E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: Tática: Adversário erra ao não respeitar
Próximo Texto: Pingue-Pongue: "Roberto Carlos é o dono da posição", diz o lateral Júnior
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.