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GRUPO C/ ONTEM
Roberto Carlos vê o substituto brilhar ao marcar um gol e dar duas assistências
Júnior sai do banco para se tornar o melhor em campo
DOS ENVIADOS A SUWON
Na primeira vez que deu chance
a um reserva depois de nove partidas seguidas por Copas, o lateral-esquerdo Roberto Carlos viu
seu substituto, o baiano Júnior,
28, se transformar no melhor jogador da goleada de 5 a 2 da seleção brasileira sobre a Costa Rica.
O atleta do Parma, que atuou
para que o titular da posição fosse
poupado e não transformasse as
dores musculares que sente em
uma lesão grave, marcou um gol,
deu o passe para outros dois e levou para o lado esquerdo do campo a maioria esmagadora dos ataques do time nacional.
Ao final, foi indicado pela Fifa
como o melhor jogador da partida, honraria geralmente destinada aos artilheiros ou aos nomes
mais famosos do futebol.
"Ele foi incrível", disse Roberto
Carlos, que preferia não ser poupado, sobre o desempenho de seu
substituto. Júnior havia entrado
para a lista dos preferidos de Luiz
Felipe Scolari no tempo em que
ambos estavam no Palmeiras e
conquistaram a Libertadores-99.
Apesar da ótima atuação, o próprio Júnior admitiu que não vê a
possibilidade de tomar o posto do
jogador do Real Madrid, titular
desde o meio da década passada.
Assim, Scolari vai continuar
apostando em um lateral mais experiente em Mundiais e eficiente
na defesa, mas que não mostrou
contra Turquia e China o poderio
ofensivo apresentado por Júnior.
"O bom é estar na seleção. Isso
já é maravilhoso", disse o lateral
do Parma, que comemorou com
uma ""sambadinha maluca" o seu
gol, o último da seleção.
Segundo o Datafolha, Júnior foi
mais eficiente do que Roberto
Carlos em praticamente todos os
fundamentos ofensivos.
O índice de acerto de cruzamentos dele, por exemplo, bateu nos
75%, contra modestos 17% do titular da camisa seis da seleção. Júnior também driblou mais -três
tentativas, contra média de apenas uma do jogador titular.
No segundo tempo, o trabalho
do lateral foi facilitado por uma
alteração de Alexandre Guimarães na Costa Rica. O treinador,
que nasceu no Brasil, tirou o lateral-direito Wallace da equipe e colocou no seu lugar o meia-atacante Bryce, deixando mais espaço
para os avanços de Júnior.
"Jogamos com nosso estilo e estamos orgulhosos disso", disse
Guimarães, negando que a postura ofensiva de seu time tenha facilitado o trabalho dos rivais.
Em tarde inspirada e com o caminho aberto, Júnior fez com que
a seleção brasileira, desta vez, não
insistisse tanto nas jogadas pela
direita com Cafu. Contra os costarriquenhos, o jogador da Roma
foi acionado 29 vezes. Nas duas
rodadas iniciais, sua média de bolas recebidas atingiu 40 por jogo.
Já na defesa, o ex-jogador do
Palmeiras contribuiu para o time
nacional ser pressionado durante
boa parte do jogo. Júnior só conseguiu 11 desarmes, contra uma
média de 15 do dono da posição
nos duelos contra as seleções da
Turquia e da China.
(FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS, ROBERTO DIAS E SÉRGIO RANGEL)
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