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Por título inédito, Varejão precisa de virada inédita
Cleveland, time do ala-pivô, está em desvantagem de 3 a 0 ante San Antonio e joga hoje para prorrogar a final da NBA
Nunca um brasileiro pôs a mão na taça da mais famosa
liga de basquete, e sempre um time que teve vantagem
como essa ficou com ela
DENYSE GODOY
ENVIADA ESPECIAL A CLEVELAND
Tendo chegado às finais da
NBA, Anderson Varejão, 24, já
obteve o que nenhum brasileiro antes dele conseguiu.
Agora, junto com a sua equipe, o Cleveland Cavaliers, tenta
outro feito inédito: ganhar o
campeonato anual da liga profissional norte-americana de
basquete após perder os primeiros três jogos da série de sete que define o vencedor.
Hoje, o time joga partida decisiva, mais uma vez em casa,
contra o texano San Antonio
Spurs, agora favoritíssimo.
Fazia dez anos que Cleveland, Ohio, não sediava uma decisão de uma das quatro mais
importantes ligas da América
do Norte: NBA, NFL (futebol
americano), NHL (hóquei no
gelo) ou MLB (beisebol). Em
1997, os Indians, da MLB, foram vice-campeões.
Então, na noite de anteontem, 20,5 mil pessoas lotaram o
ginásio Quicken Loans Arena
para assistir ao terceiro duelo
do mata-mata (melhor de sete
jogos) com o San Antonio.
Jovens, velhos, famílias inteiras, todos vestidos com a camiseta dos Cavaliers, bottom
piscando uma luz vermelha no
peito e lenços brancos nas
mãos. Muitos usavam uma peruca black power imitando o
cabelo do ala-pivô Varejão, sua
marca registrada.
"Nós acreditamos" e "Vamos,
Cavs, vamos!" eram os cartazes
que sacudiam com convicção.
(Ah, sim, também havia alguns
"Casa comigo, Varejão!" e "Eva
é gorda", em referência à atriz
Eva Longoria, da série de televisão "Desperate Housewives",
noiva do armador do San Antonio Tony Parker.)
Os torcedores acreditavam
que, cantando e batendo palmas sem parar, ajudariam a recuperar a auto-estima de uma
equipe que vinha de duas derrotas na casa do adversário (85
a 76 no dia 7 e 103 a 92 no dia
10) e a empurrá-la para uma recuperação. Foi quase. Os Cavaliers perderam por 75 a 72.
Faltando 14 segundos para o
encerramento da disputa, com
o placar em 72 a 70, Varejão errou uma cesta que poderia ter
empatado o jogo. A seguir, o argentino Manu Ginóbili marcou
os derradeiros três pontos do
San Antonio. "Eles fizeram coisas boas, nós fizemos coisas
boas... Precisamos continuar
sendo agressivos... O que mais
vocês querem que eu diga?", comentou um desolado Varejão,
no vestiário, depois da partida.
O jogador, que começou a
carreira em Vitória (ES), é quase tão popular quanto a grande
estrela do time, o fenômeno LeBron James. Em qualquer lugar dos EUA, ao conhecerem
um brasileiro, os americanos
imediatamente abrem um sorriso: "Ah, Ronaldo!". Em Cleveland é diferente: "Ah, Varejão!".
"Acredito que não teríamos
ido tão longe se não fosse por
ele", afirmou a estudante Leah
Hugarski, 19, fã dos Cavaliers.
"Ele tem algo único. Não só o
cabelo, mas a força." O técnico
Mike Brown concorda. "Precisamos dele, desse carisma, dessa energia contagiante."
Mas o San Antonio está muito perto de conquistar o seu
quarto título nacional desde
1999. Dos últimos cinco times
que abriram 3 a 0 na final, quatro fecharam a série em 4 a 0. O
outro fechou em 4 a 2.
Ainda antes da terceira partida, James tinha admitido que
se tratava de buscar o impossível. Sem mostrar tudo o que sabe, ele ficou no banco boa parte
dos dois primeiros tempos. Fez
25 pontos, pegou oito rebotes e
deu sete assistências. "No jogo
quatro, LeBron vai tentar atingir o ápice. Mas nós estaremos
parados bem na sua frente", desafiou o ala-pivô Tim Duncan.
NA TV - Cleveland x San Antonio
ESPN, ao vivo, às 22h
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