São Paulo, sábado, 14 de junho de 2008

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em crise

Basquete perde vaga, cabeça e até estrela

Feminino cai diante de Belarus e tenta classificação olímpica na repescagem

Cestinha de competição e candidata a MVP, Iziane se rebela durante jogo, não entra em quadra e é cortada pelo técnico Paulo Bassul

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina perdeu ontem sua melhor chance de se classificar para a Olimpíada de Pequim. A derrota para Belarus, por 86 a 79, agrava mais a crise no basquete nacional, cuja equipe masculina não disputa o principal evento multiesportivo do planeta há 12 anos.
Primeiro colocado do Grupo C e com o melhor ataque do Pré-Olímpico Mundial de Madri, a seleção mostrou falhas ofensivas e falta de coesão na derrota para as bielo-russas.
Mas a cabalística sexta-feira 13 brasileira seria ainda pior.
Além da derrota, o time nacional perdeu sua principal jogadora. Insatisfeita por ter sido substituída durante o jogo -as reservas melhoraram o rendimento da equipe-, Iziane se recusou a entrar em quadra no segundo tempo, ao ser requisitada pelo técnico Paulo Bassul.
"Então você está fora", respondeu o treinador, que cumpriu a palavra e cortou a atleta. Iziane entrou em quadra como a cestinha da seletiva e candidata a MVP (melhor jogadora). Saiu como vilã da derrota.
Equipe mais bem colocada no ranking da Fiba (Federação Internacional de Basquete) entre os 12 países que disputam o torneio, com a quarta posição, o Brasil esteve atrás no placar durante a maior parte do jogo.
Sua adversária de ontem será estreante em Olimpíadas. E, antes do bronze no Pré-Olímpico Europeu-07, nunca havia subido ao pódio em nenhum torneio continental sequer. No ranking da Fiba está em 30º lugar. É uma das mais baixas posições entre os países do classificatório, ficando à frente apenas de Angola (42º) e da equipe amadora de Fiji (58º).
Bassul terá hoje a difícil tarefa de reconstruir o grupo menos de 24 horas depois do abalo emocional de uma derrota doída. O time é bastante renovado em relação ao que terminou em quarto lugar nos Jogos de Atenas-04 e no Mundial-06, em São Paulo. Quatro jogadoras importantes -a ala Janeth, a ala-armadora Helen e as pivôs Alessandra e Cíntia Tuiú- se aposentaram da seleção. Além disso, o time perdeu por lesão mais duas remanescentes do Mundial, Karen e Érika.
Agora, o Brasil joga a repescagem em busca da última vaga olímpica em disputa. Hoje, pega a frágil Angola. Se vencer, deve enfrentar amanhã, em busca da classificação, a temida Cuba, que eliminou o Brasil no Pré-Olímpico do Chile, em 2007.


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