São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2000


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TÊNIS
Kuerten e Meligeni perdem em Brisbane por 3 a 0 e Austrália faz 2 a 0 nas semifinais do principal torneio entre países
Brasil sofre massacre na estréia da Davis

JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL A BRISBANE

No primeiro dia das semifinais da Davis, o Brasil se distanciou do que de antemão parecia quase impossível: bater a Austrália na semifinal da Copa Davis, atuando em quadra de grama.
Em não mais que 77 minutos, Gustavo Kuerten, número um do novo ranking, perdeu para Patrick Rafter por 3 sets a 0 -parciais de 6/3, 6/2 e 6/3, na cidade de Brisbane, costa leste australiana.
Depois, foi a vez de Fernando Meligeni perder para Lleyton Hewitt, também por 3 a 0 -parciais de 6/4, 6/2 e 6/3.
Além das duas derrotas, o Brasil deve perder Kuerten para o jogo de hoje nas duplas (leia texto abaixo), que pode decidir o confronto.
A série semifinal da Copa Davis é definido em melhor de cinco partidas. Hoje, às 22h (de Brasília), ocorrerá a partida de duplas. Kuerten e Jaime Oncins jogarão com Sandon Stolle e Mark Woodforde. No último dia, sábado, os jogos de simples se invertem -mas se a definição acontecer hoje, com uma vitória australiana nas duplas, podem ser em melhor de três e não mais cinco sets.
Finalista em Wimbledon, domingo, quando perdeu para Pete Sampras, Rafter, 13º do mundo, demonstrou não ter sentido o fato de ter chegado a Brisbane três dias antes do confronto. Ele e Kuerten haviam se enfrentado uma vez, em 1999, na final de Roma. O brasileiro venceu. Atuava, entretanto, no saibro, superfície em que conquistou todos os seus títulos.
Rafter soube fazer uso de seu estilo de saque e voleio, não por acaso o mais adequado para a grama.
Abriu 1 game a 0 de forma tranquila. Logo na primeira vez que sacou, Kuerten penou para confirmar o seu saque (1 a 1). No quarto game, quando o placar lhe era favorável em 2 a 1, o australiano obteve a única quebra de saque neste set: 3 a 1. E, pouco depois, sacando, ampliou para 4 a 1.
No quinto game, houve a primeira demonstração durante a partida da nova faceta de Kuerten, a de resmungão. O brasileiro, que na estréia em Wimbledon havia dito que, para os árbitros o respeitarem, teria que ter nascido norte-americano, ontem gesticulou contra uma marcação de um juiz de linha. No nono -e último- game, voltaria a reclamar ainda de forma mais ostensiva -junto com o capitão Ricardo Acioly, pelo fato de o juiz de cadeira ter validado um saque de Rafter -quando poderia ter obtido um break-point. Não adiantou. Em 28 minutos, Rafter fechou o set. No intervalo, enquanto Kuerten meneava a cabeça, Acioly queixava-se com um dos árbitros.
Kuerten, que teve suas condições físicas questionadas na segunda-feira, quando saiu de um treino reclamando de dores nas pernas, parecia ter prenunciado um mau dia: anteontem, no treino da tarde, insatisfeito com o desempenho, discutira com o treinador, Larri Passos. Seguidas vezes ontem levou a mão à coxa, sem solicitar atendimento.
Conseguiu, no segundo set, equilíbrio até o quinto game. Sem superar os problemas para enquadrar seu primeiro serviço, sofreu a primeira quebra no quinto game. Ocorreria o mesmo no sétimo game. Enquanto Rafter aproveitou seu dois break-points, o brasileiro não teve nenhum.
No terceiro set, Kuerten teve seu saque batido no terceiro game. Voltaria a perdê-lo no nono game, o que decidiu a partida.
Primeiro, cometeu uma dupla falta. Sacou mais uma vez e, na devolução de Rafter, tentou uma passada no fundo da quadra, mas a bola saiu. O australiano fez 6 a 3, também em 28 minutos.


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