São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2008

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JUCA KFOURI

Uma mentira no Morumbi


O tricolor ganhou o clássico contra o alviverde como precisava ganhar. Mas o resultado escondeu o jogo

DAGOBERTO FEZ uma bagunça na defesa do Palmeiras, que não sabia quem cobrir durante, pelo menos, a primeira meia hora de jogo no belo clássico disputado no Morumbi.
Mas Dagoberto estava com o pé inteiramente fora da forma.
E desperdiçou uma série de oportunidades para espelhar a esmagadora superioridade tricolor sobre um adversário perdido e apático durante quase todo o primeiro tempo.
Quando André Dias fez 1 a 0 ao se aproveitar do cruzamento de Jorge Wagner, em bola que o São Marcos poderia ter cortado na pequena área, a sensação que se teve foi a de que veríamos uma goleada, tamanha a superioridade imposta pelo time de Muricy Ramalho.
Que parecia estar jogando uma decisão de título, com a faca entre os dentes, disposição visível a olho nu, ao passo que o Palmeiras estava apenas disputando um jogo, um clássico, é verdade, mas não tinha seu futuro disputado ali.
A sorte do time de Vanderlei Luxemburgo esteve o tempo todo nos pés de Dagoberto, para o bem e para o mal, difícil concluir se mais para o bem que para o mal.
Porque ele fez mal aos palmeirenses sempre que pegava a bola, por todos os lados pelos quais aparecia. E fez o bem deles sempre que teve a chance de definir a partida e a desperdiçou, ou porque chutou sem direção ou porque chutou quando deveria ter passado para um companheiro em melhor posição, rimas, não soluções.
E tanto isso é verdadeiro que, ao sair para a entrada de Éder Luís, Dagoberto viu seu reserva resolver o jogo na primeira jogada de que participou, ao fazer o 2 a 0.
Que ainda virou 2 a 1 graças a Jeci, mas quando a partida estava praticamente liquidada.
Se o primeiro tempo tivesse terminado 3 a 0, não teria sido injusto, dado o baile proporcionado pelo São Paulo. Baile que não perdurou no tempo complementar, quando o Palmeiras equilibrou as coisas e fez Rogério Ceni trabalhar, algo que não acontecera nos primeiros 45 minutos, tanto que sua primeira defesa foi aos 37 minutos.
Com o bom resultado, o São Paulo avisou a todos que continua candidato, como já havia feito diante do Flamengo, no Maracanã. E, preste atenção, assim tem sido com o São Paulo já faz tempo em campeonatos brasileiros: jogo de seis pontos é com ele mesmo.
Já para o Palmeiras, nada de mais grave aconteceu, a não ser a nova constatação de que o time não está com porte de vencedor, além de ficar evidente que a perda de Henrique é daquelas graves, tão confusa anda sua defesa.
Mas o jogo honrou a tradição do clássico que teve, até, uma boa arbitragem, algo raro não só no futebol brasileiro como no mundial.

Empates alvinegros
O que seria uma catástrofe para o Santos acabou com sabor de vitória graças aos dois gols salvadores de Kléber Pereira contra o Botafogo. E o que seria o fim da invencibilidade do Corinthians diante do horrível Santo André acabou num empate graças a Saci, embora a arbitragem não tenha marcado três pênaltis para o alvinegro. O Corinthians subirá.
Que o Santos não desça.

blogdojuca@uol.com.br


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