São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2010 |
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TOSTÃO Valeu a pena
O BRASIL não pode mais perder tempo. Não é necessário realizar uma Copa do Mundo do nível dos países ricos, mas o Brasil, mesmo sem construir estádios tão bonitos, enormes e caríssimos, pode fazer uma Copa do Mundo melhor do que a da África do Sul. A cada Mundial, convenço-me de que se dá exagerada importância técnica a um campeonato de, no máximo, sete jogos. A Copa é espetacular pela grandeza da festa. Messi, Cristiano Ronaldo e Kaká, os três escolhidos como os melhores do mundo pela Fifa, nos últimos três anos, ficaram muito aquém do que era esperado. Messi não deixou de ser o melhor do mundo. Se jogasse na seleção da Espanha, certamente teria atuações brilhantes. A Espanha é o Barcelona sem Messi e sem Daniel Alves. O Barcelona, os grandes clubes da Inglaterra e a Inter, na Itália, são superiores às seleções de seus países. A minha seleção da Copa do Mundo na África do Sul seria: Stekelenburg (Holanda); Maicon (Brasil), Lúcio (Brasil), Puyol (Espanha) e Fábio Coentrão (Portugal); Schweinsteiger (Alemanha), Xavi (Espanha), Iniesta (Espanha) e Sneijder (Holanda); Forlán (Uruguai) e David Villa (Espanha). Não houve nenhuma evolução tática. Espero que os técnicos brasileiros e de todo o mundo mudem seus conceitos. Em vez de recuar para contra-atacar e tentar ganhar as partidas em pouquíssimos lances, é necessário também, pelo menos em parte do jogo, tentar dominar a partida e pressionar o adversário. Fazer as coisas acontecerem e não esperar que as coisas aconteçam. Antes de viajar para a África do Sul, quase desisti. Achava que não suportaria uma viagem excessivamente longa, de quase 50 dias. Depois de 60 anos, os medos aumentam. Viajei mais pelo compromisso profissional. Valeu a pena. Além do prazer de estar presente em uma Copa do Mundo, tive a companhia de jovens competentes, bem-humorados e generosos, sob a coordenação de Paulo Cobos, um baita jornalista. Trataram- -me com carinho, além de não me deixarem perdido nesse mundo tecnológico. Tive ainda a companhia prazerosa e solidária dos colunistas do jornal. São meus mestres. Juca Kfouri é também meu ídolo. Valeu a pena. "A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos." (Fernando Pessoa) Texto Anterior: Posição legal Próximo Texto: Árbitro da final se mostra satisfeito Índice |
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