São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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BASQUETE

Liderado por ala que marcou 391 pontos em Jogos, Brasil estréia hoje contra Japão

Maior cestinha da história olímpica, Janeth inicia busca por 3ª medalha

ADALBERTO LEISTER FILHO
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A ATENAS

Ela começou cedo na seleção, com 16 anos. À sombra de Paula e Hortência, aprendeu a jogar. Com elas, conquistou um título mundial e foi vice-campeã olímpica.
Sem elas, manteve o Brasil no pódio nos Jogos de Sydney-00 e passou a liderar as gerações seguintes. Hoje, entra na quadra do Heliniko Indoor Arena, em Atenas, com o status de maior pontuadora da história olímpica.
"Sou a cestinha da seleção em Olimpíadas?", espantou-se Janeth, sem entender a notícia.
"Não é só do Brasil, mas entre todas as seleções? Me sinto muito honrada com isso", comemorou a brasileira, 35, que hoje enfrenta o Japão, na estréia da seleção no torneio de basquete em Atenas.
Janeth, tetracampeã da WNBA, principal liga de basquete do mundo, é o grande trunfo do time nacional para se manter no pódio olímpico. Em Atlanta-96, foi vice-campeã. Quatro anos depois, trouxe o bronze. "Saber que sou a maior cestinha dos Jogos me motiva mais a buscar o ouro", disse Janeth. "Pode ser a última vez que participo dos Jogos. Só irei a Pequim [em 2008] se estiver bem."
Há poucos meses, a ala declarou que encerraria a carreira na seleção após o Mundial de 2006, que será disputado no Brasil.
Em levantamento obtido pela Folha com a Fundação Pedro Ferrándiz, Janeth aparece na liderança do total de pontos em Olimpíadas. A fundação foi indicada pela Federação Internacional de Basquete como a única capaz de fazer um levantamento completo da estatística olímpica. Os dados do instituto foram checados com a USA Basketball e a Confederação Brasileira de Basquete.
Em três participações olímpicas, a ala marcou 391 pontos em 21 jogos (média de 18,6 por duelo, a melhor entre as brasileiras). Na lista, figura 91 pontos à frente da cubana Yamilet Martinez, que não estará jogando em Atenas.
"Desde que comecei a jogar na seleção, busquei me espelhar nas coisas boas que a Paula e a Hortência faziam em quadra e me ensinavam", conta Janeth.
Se não tem a visão de jogo da primeira ou a precisão nos arremessos de longe da segunda, Janeth as superou no ataque.
Paula, com duas participações, é a décima da relação, com 210 pontos. A cestinha Hortência marcou 174 pontos em Olimpíadas e aparece na 14ª colocação.
"A Hortência sempre foi a minha fonte de inspiração. Ela não ficava me dando dicas. Mas só observando seu jeito de jogar eu aprendia muito", conta a ala.
Entre as dez primeiras, a melhor média de pontos pertence a Iuliana Semenova, da ex-URSS, com 20,7. A pivô é a jogadora mais alta a se sagrar campeã olímpica.
Com 2,18 m, ganhou o ouro em Montréal-76 e Moscou-80.
Da lista de cestinhas, só três estão na Grécia. Além de Janeth, as norte-americanas Lisa Leslie e Sheryl Swoopes, que terão a chance de melhorar suas colocações.


NA TV - Band, Bandsports, ESPN Brasil, Globo e Sportv Brasil, ao vivo, a partir das 10h45


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