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BASQUETE
Liderado por ala que marcou 391 pontos em Jogos, Brasil estréia hoje contra Japão
Maior cestinha da história olímpica, Janeth inicia busca por 3ª medalha
ADALBERTO LEISTER FILHO
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A ATENAS
Ela começou cedo na seleção,
com 16 anos. À sombra de Paula e
Hortência, aprendeu a jogar. Com
elas, conquistou um título mundial e foi vice-campeã olímpica.
Sem elas, manteve o Brasil no
pódio nos Jogos de Sydney-00 e
passou a liderar as gerações seguintes. Hoje, entra na quadra do
Heliniko Indoor Arena, em Atenas, com o status de maior pontuadora da história olímpica.
"Sou a cestinha da seleção em
Olimpíadas?", espantou-se Janeth, sem entender a notícia.
"Não é só do Brasil, mas entre
todas as seleções? Me sinto muito
honrada com isso", comemorou a
brasileira, 35, que hoje enfrenta o
Japão, na estréia da seleção no
torneio de basquete em Atenas.
Janeth, tetracampeã da WNBA,
principal liga de basquete do
mundo, é o grande trunfo do time
nacional para se manter no pódio
olímpico. Em Atlanta-96, foi vice-campeã. Quatro anos depois,
trouxe o bronze. "Saber que sou a
maior cestinha dos Jogos me motiva mais a buscar o ouro", disse
Janeth. "Pode ser a última vez que
participo dos Jogos. Só irei a Pequim [em 2008] se estiver bem."
Há poucos meses, a ala declarou
que encerraria a carreira na seleção após o Mundial de 2006, que
será disputado no Brasil.
Em levantamento obtido pela
Folha com a Fundação Pedro Ferrándiz, Janeth aparece na liderança do total de pontos em Olimpíadas. A fundação foi indicada pela
Federação Internacional de Basquete como a única capaz de fazer
um levantamento completo da estatística olímpica. Os dados do
instituto foram checados com a
USA Basketball e a Confederação
Brasileira de Basquete.
Em três participações olímpicas, a ala marcou 391 pontos em
21 jogos (média de 18,6 por duelo,
a melhor entre as brasileiras). Na
lista, figura 91 pontos à frente da
cubana Yamilet Martinez, que
não estará jogando em Atenas.
"Desde que comecei a jogar na
seleção, busquei me espelhar nas
coisas boas que a Paula e a Hortência faziam em quadra e me ensinavam", conta Janeth.
Se não tem a visão de jogo da
primeira ou a precisão nos arremessos de longe da segunda, Janeth as superou no ataque.
Paula, com duas participações, é
a décima da relação, com 210 pontos. A cestinha Hortência marcou
174 pontos em Olimpíadas e aparece na 14ª colocação.
"A Hortência sempre foi a minha fonte de inspiração. Ela não
ficava me dando dicas. Mas só observando seu jeito de jogar eu
aprendia muito", conta a ala.
Entre as dez primeiras, a melhor
média de pontos pertence a Iuliana Semenova, da ex-URSS, com
20,7. A pivô é a jogadora mais alta
a se sagrar campeã olímpica.
Com 2,18 m, ganhou o ouro em
Montréal-76 e Moscou-80.
Da lista de cestinhas, só três estão na Grécia. Além de Janeth, as
norte-americanas Lisa Leslie e
Sheryl Swoopes, que terão a chance de melhorar suas colocações.
NA TV - Band, Bandsports, ESPN
Brasil, Globo e Sportv Brasil, ao
vivo, a partir das 10h45
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