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NATAÇÃO
Piscina rouba das pistas primazia nos Jogos
DO ENVIADO A ATENAS
O ruído apareceu na última
Olimpíada. Na piscina, uma geração talentosa estraçalhou 15 recordes mundiais. Na pista, zero.
O cenário se consolidou. Em
quatro anos, os holofotes do atletismo, tradicionalmente o esporte
mais badalado dos Jogos, ficaram
voltados para escândalos de doping e fiascos técnicos.
Melhor para a natação.
A modalidade dá a largada hoje
em Atenas para uma das edições
mais esperadas da história.
Logo de cara, na primeira prova, cai na água o responsável por
boa parte da euforia. O americano
Michael Phelps disputa os 400 m
medley, seu primeiro passo na luta para conseguir oito ouros.
Explicação: ele quer superar a
marca de Mark Spitz, seu compatriota que teve a mais premiada
performance olímpica, com sete
ouros em Munique-1972.
Mas o jovem de 19 anos é apenas
parte desse boom. "Trouxemos
uma das nossas melhores gerações. Os EUA também têm um time fantástico. Essa competição
certamente será lembrada para
sempre", explica Leigh Nugent,
chefe da delegação australiana.
O último ciclo olímpico mostra
que não há exagero na sua profecia. Dois Mundiais foram realizados depois de Sydney. Em Fukuoka-2001, caíram oito recordes.
Dois anos depois, em Barcelona,
outros 14 foram pulverizados.
Como comparação, o atletismo
realizou Mundiais nos mesmos
anos. Nada de recordes.
A mídia dos EUA atentou para a
inversão dos valores e vai dedicar
mais espaço para a natação em
sua transmissão -1.210 horas,
três vezes mais do que o programado para os últimos Jogos.
"Os atletas já perceberam que o
esporte que praticam virou o centro das atenções. A pressão agora
é maior. Conseguir um bom resultado está cada vez mais difícil",
afirma Ricardo Moura, chefe da
equipe brasileira na Grécia.
O país terá oito atletas nas eliminatórias de hoje. O destaque é
Thiago Pereira, que disputa a
mesma prova de Phelps.
Também começa a campanha
do principal nome da última edição do torneio. Ian Thorpe entra
como favorito ao bi nos 400 m livre, prova para a qual ele não se
classificou. Ao menos no papel.
Nas seletivas australianas, em
março, Thorpe queimou a largada e foi desclassificado.
Craig Stevens ficou com a vaga.
Após muita pressão, abriu mão
da vaga e permitiu que o "Torpedo" voltasse ao evento. Sua chance de ampliar a coleção de três ouros e uma prata obtidos em
Sydney aumentou. A possibilidade de mais recordes na piscina
também.
(GUILHERME ROSEGUINI)
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