São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2000

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POLÍTICA
Novo membro do COI, Nuzman crê em fortalecimento de Rio-2012


Em cerimônia após posse, dirigente diz que vai lutar pela candidatura carioca


JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

As chances de o Rio abrigar os Jogos de 2012 aumentaram. Pelo menos é o que pensa Carlos Arthur Nuzman, empossado ontem como novo membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
O segundo brasileiro entre os 111 membros da entidade terá mais condições de ""aprender como funcionam os mecanismos do COI", conforme declarou à Folha quando saía da reunião.
E, com isso, ""o Brasil terá mais chances de conquistar um espaço no cenário olímpico", acredita o dirigente, que preside o Comitê Olímpico Brasileiro desde 1995.
""Estou muito contente e posso garantir que a participação do Brasil no movimento olímpico agora vai aumentar."
Diferentemente de João Havelange, o outro brasileiro com direito a voto no COI e agora relativamente afastado do dia-a-dia da organização, Nuzman deverá desempenhar um papel mais ativo.
Um dos 16 delegados indicados para analisar as candidaturas das cinco cidades que disputam o direito de sediar os Jogos de 2008, ele terá sua primeira reunião como membro do COI no próximo dia 25, em Sydney, para discutir o início do trabalho de avaliação. Pequim, Istambul, Paris, Osaka e Toronto concorrem.
""É bom estar na comissão que vai fazer a avaliação até para entender todo o procedimento, ver todo o trabalho que tem de ser feito para receber uma Olimpíada", comentou o brasileiro.
A escolha da sede para os Jogos de 2008 será feita em julho, durante a Assembléia Geral marcada para Moscou, quando Juan Antonio Samaranch deve se despedir da presidência do comitê.
Minutos depois de tomar posse, Nuzman se dirigiu à Casa Brasil, pavilhão montado em Sydney, com ajuda do ministério de Esporte e Turismo, para dar mais visibilidade ao país na Olimpíada.
Patrocinadores do COB, dirigentes, atletas e políticos, entre os quais Augusto Viveiros, presidente do Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto), compareceram para parabenizar o brasileiro por sua eleição.
Além de Nuzman, outros 13 novos membros foram empossados ontem pelo COI, que hoje conta com 111 representantes.
No dia 30, véspera do término da Olimpíada, nova alteração nos quadros da entidade ocorrerá com a posse de oito atletas, que serão eleitos por seus pares a partir de sábado -a urna fica no restaurante da Vila Olímpica.
Outro motivo de satisfação ontem para Nuzman foi a escolha de Mário Vasquez Raña para integrar o Comitê Executivo do COI, que conta com 11 membros.
O mexicano foi um dos maiores incentivadores da candidatura de Nuzman para membro do COI.
Raña, que preside a Odepa, responsável pelos Jogos Pan-Americanos, e a Associação Nacional dos Comitês Olímpicos, conhecida como Acno, também adotou discurso semelhante ao do brasileiro, dizendo que agora, como integrante do Comitê Executivo, dará mais voz à América Latina.
Já o alemão Thomas Bach foi eleito ontem um dos quatro vice-presidentes do COI.
Um dos pré-candidatos à sucessão de Samaranch, Bach defendeu as mudanças na entidade, cuja imagem continua abalada devido às denúncias de suborno e ao mau comportamento de vários de seus integrantes no processo de escolha de Salt Lake City para sede dos Jogos de Inverno de 2002.


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