São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2001

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FUTEBOL

Corinthians e Santos têm encontro na sede da Federação Paulista

Farah volta atrás e tenta resolver caso Marcelinho

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Eduardo José Farah, presidente da Federação Paulista de Futebol, voltou atrás e resolveu tentar mais uma vez intermediar um acordo entre Corinthians e Santos.
Farah, que disse na semana passada "já ter feito a sua parte sobre o caso", voltou a reunir representantes dos dois clubes na sede da entidade para que a transferência de Marcelinho para o Santos não vire uma batalha jurídica sem fim.
Para o presidente da FPF, que quer a presidência da Liga Rio-São Paulo, o apoio dos grandes clubes paulistas é fundamental.
Farah propôs a assinatura de um contrato de empréstimo -avalizado pela FPF, tirando do Corinthians a obrigação de se solidarizar em caso de inadimplência do Santos no pagamento do salário de Marcelinho.
O Corinthians não aceitou. Quer se desfazer do meia-atacante e aceita uma troca simples -Marcelinho por alguém.
O Santos não gostou. Prefere a troca de empréstimos -o Corinthians emprestaria Marcelinho, e o Santos, também por empréstimo, encaminharia outro jogador.
A conversa parou por aí. Sem acertos, mas com os dirigentes do Corinthians já pensando na vinda do lateral Leo ou do meia Robert -nomes que mais agradam.
O que nenhuma das partes ainda fez foi comunicar Marcelinho dos acontecimentos, já que é o jogador, por meio de seus advogados, e não o Santos, que entrou na Justiça do Trabalho contra o Corinthians e teria que paralisar a ação, caso algum acordo saia realmente da reunião na FPF.
Procurado pela Folha, Thomas Bradfield, advogado do atleta, disse desconhecer qualquer acerto entre Corinthians e Santos.
"Quero deixar uma coisa clara: qualquer acordo entre Corinthians e Santos precisa da aceitação do Marcelinho, que não foi procurado", disse ele.
Se a diretoria do Corinthians acena com uma política conciliatória no caso Marcelinho, a relação dentro do clube continua instável. O vice-presidente de futebol, Antonio Roque Citadini, está rompido com o técnico Wanderley Luxemburgo - e vice-versa.
Citadini não aparece mais nos treinos nem nos vestiários e pouco tem ido aos jogos da equipe.
Irritado quando questionado sobre o assunto, o dirigente disparou: "Quando temos algum assunto que interessa ao clube, nos reunimos. Eu não tenho problema de relacionamento profissional", disse, sem responder se tem atritos com o treinador, que adotou uma postura de criticar abertamente a lentidão da diretoria na contratação de reforços.
"Nós [diretoria, comissão técnica, torcida] somos o Corinthians. Eu apóio o planejamento de reformulação proposto por Luxemburgo. Assumo os erros e os acertos do plano", provocou o dirigente corintiano, em clara crítica ao técnico, que estaria se esquivando da responsabilidade pelos maus resultados no Brasileiro.


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