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Bariri assiste
jogo surreal
da Sucursal do Rio
Um massagista saiu de
campo de maca, o placar
mostrou 1 a 0 por instantes,
apesar do empate de 0 a 0, o
juiz marcou um pênalti e
depois mudou de idéia, um
torcedor deu um soco no
árbitro e foi mordido na
perna por um cão pastor
alemão da Polícia Militar,
antes de ser agredido por
um bandeirinha.
Cenas de violência marcaram o jogo entre Fluminense e CRB (AL), ontem,
na rua Bariri, no subúrbio
carioca de Olaria, pela Série
B do Brasileiro.
Mesmo com seu time jogando num estádio modesto, a torcida tricolor, que o
lotou, não esqueceu gestos
aristocráticos, inspirados
na origem de elite do clube:
da arquibancada, alguém
jogou uma moeda no árbitro Alexandre Lourenço
Barreto, que marcou um
pênalti para o Fluminense e
depois voltou atrás. A moeda não era do ameaçado
real, mas um "dime", dez
centavos de dólar.
Ao final, torcedores quebraram a cobertura do banco de reservas do CRB. Os
jogadores do time alagoano
ficaram 28 minutos em
campo, antes de a PM retirá-los, sob chuva de latas.
"Isso aqui não é nada",
disse o zagueiro Kleber.
"Difícil mesmo foi jogar
no estádio do Paysandu,
em Belém, onde nós tivemos que sair por dentro do
bar, tomado pela torcida."
Enquanto menos de 30
PMs protegiam o CRB, um
repórter de rádio avisava:
"Se os torcedores do Fluminense souberem que na
porta do vestiário do árbitro não há policial, a coisa
vai ficar difícil". "Agora
sabem por você", respondeu o comentarista.
Com 7 pontos no Grupo
D, ameaçado de rebaixamento, mesmo com uma
folha de R$ 400 mil -quatro vezes a do CRB-, o
Fluminense teve um atleta a
mais desde os 12min do segundo tempo, com a expulsão de Roberto Alves.
Pouco antes, o tricolor
Adílson acertara a rede pelo
lado de fora. A torcida, enganada, vibrou. O responsável pelo placar não teve
dúvida: "deu" o gol.
Aos 29min, o juiz marcou
um pênalti para a equipe da
casa, foi cercado pelos visitantes e, subitamente, marcou falta do ataque.
No fim, o massagista do
CRB, Assis, foi atingido por
uma pedra. Saiu carregado,
na maca -teve o ombro
esquerdo enfaixado.
Na arquibancada, estava
a faixa "Vencer ou Vencer", mote nascido nos
anos 70, quando o Fluminense jogava em grandes
estádios e era temido em
todo o país.
(MM)
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