São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

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AUTOMOBILISMO
Ferrari leva torcida italiana ao delírio ao conquistar sua primeira "dobradinha" em casa desde 1988
Schumacher vence e empata Mundial

da Reportagem Local

O alemão Michael Schumacher venceu ontem o GP da Itália, empatou com Mika Hakkinen na liderança do Mundial de Pilotos e viu 150 mil torcedores ferraristas chegarem ao delírio.
Primeiro, por sua vitória. Depois, pelo segundo lugar de Eddie Irvine, construindo a primeira dobradinha da Ferrari em casa desde Gerhard Berger-Michelle Alboreto, em 1988.
E, por fim, pela quebra do motor de David Coulthard em plena reta dos boxes, diante das arquibancadas lotadas. O escocês da McLaren havia eliminado Schumacher da etapa anterior, na Bélgica.
Mika Hakkinen, da McLaren, que mantinha sete pontos de vantagem sobre o alemão, ficou em quarto lugar.
Com o resultado, Hakkinen e Schumacher ficaram empatados na liderança do Mundial de Fórmula-1, com 80 pontos.
Os dois se igualam também no número de vitórias nesta temporada -seis cada um.
O finlandês só leva vantagem no segundo critério de desempate: chegou duas vezes em segundo lugar, contra uma do ferrarista.
Faltando duas etapas para o fim do campeonato, essa diferença pode dar o título antecipado a Hakkinen já na próxima prova, o GP de Luxemburgo, em Nurburgring (leia texto abaixo).
Para vencer ontem em Monza, Schumacher, primeiro, precisou consertar um erro.
"Tive problemas com a embreagem na largada. Tudo o que poderia acontecer de errado naquele momento acabou acontecendo", disse o alemão.
Da pole position, Schumacher caiu para o quinto lugar. Hakkinen e Coulthard, que estavam na segunda fila, passaram à frente, com Irvine em terceiro e Jacques Villeneuve em quarto.
Schumacher ultrapassou o canadense ainda na primeira volta. Na terceira, superou Irvine e iniciou sua perseguição aos McLaren.
Na oitava volta, Hakkinen abriu passagem para Coulthard, que disparou na dianteira, abrindo vantagem de quatro segundos nas quatro voltas seguintes.
Com sua Ferrari rendendo bem, Schumacher conseguia manter ritmo semelhante ao do finlandês.
O lance crucial da corrida aconteceu na 17ª volta. O motor Mercedes-Benz do McLaren de Coulthard não resistiu ao ritmo forte do escocês e o deixou a pé em plena reta dos boxes.
Hakkinen e Schumacher, que estavam nove segundos atrás, passaram pela cortina de fumaça e chegaram à chicane lado a lado.
O ferrarista aproveitou um descuido do rival, que errou a tomada de curva, e o ultrapassou, detonando uma comemoração entusiasmada nas arquibancadas.
Schumacher só perderia a liderança por três voltas, intervalo entre o seu pit stop e o de Hakkinen.
Na etapa final do GP, o finlandês tentou recuperar a liderança. Descontou um segundo e dois décimos entre as voltas 40 e 45.
Na volta seguinte, um problema nos freios começou a perturbá-lo.
Ele perdeu o controle do carro, conseguiu retornar à prova, mas seu rendimento não foi suficiente para segurar a segunda posição.
"O freio começou a falhar de repente. Tive até sorte de o motor não ter apagado depois que perdi o controle na curva", disse Hakkinen. "Naquele momento pensei: "não vou conseguir nenhum ponto hoje (ontem)'."
A quatro voltas do final, Hakkinen foi ultrapassado por Irvine. Ralf Schumacher superou o finlandês a três voltas do fim, transformando o pódio em uma reunião dos aliados de seu irmão.
Nem bem os carros pararam, a pista foi tomada por torcedores. Foi a 33ª vitória de Schumacher, a segunda em Monza. (FÁBIO SEIXAS)


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