São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2000

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Artilheiro vascaíno desafia supremacia do atacante santista, seu maior desafeto nos gramados, em Campeonatos Brasileiros
É Romário?
Não, é Edmundo

Cleber Mendes/L! Sportpress
Juninho, autor de dois gols em 13 jogos na Copa JH, tenta dominar a bola durante treino do Vasco


DA SUCURSAL DO RIO E

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Hoje, na Vila Belmiro, no confronto entre Santos e Vasco, às 15h45, a "unanimidade nacional" entra em campo como aprendiz de seu maior desafeto.
Enquanto o santista Edmundo já tem lugar de honra na história do Campeonato Brasileiro, pelo qual o jogo de hoje vale, o vascaíno Romário é sinônimo de resultados pífios na competição.
Este é o primeiro confronto entre os dois desde que Edmundo deixou o time carioca, depois de seis meses de muitas brigas com Romário e nenhum título.
O desempenho dos maiores inimigos do futebol brasileiro em Nacionais é tão grande quanto as diferenças fora de campo.
Tanto individualmente quanto nos resultados coletivos, Edmundo leva larga vantagem.
No número de gols marcados, o atual jogador do Santos tem folgada vantagem: marcou 91 vezes em jogos de Campeonatos Brasileiros, contra 66 de Romário.
Mesmo atuando mais pela competição, Edmundo também fica na frente na média de gols: fez, até o momento, 0,63 gol por partida, contra 0,54 de seu desafeto.
Além disso, o santista tem uma marca histórica da competição. Em 1997, atuando pelo Vasco, marcou 29 vezes, recorde em uma só edição do Brasileiro.
Com mais nove gols, Edmundo também irá entrar para o seleto grupo de jogadores com pelo menos cem gols em Nacionais -será o sexto a conseguir o feito.
Mas não é só na artilharia que Romário é goleado pelo seu grande desafeto. Os resultados finais das equipes de ambos também mostram a supremacia de Edmundo em Brasileiros.
Nas sete vezes que terminou um Nacional, o santista conquistou três títulos -em 1993 e 1994, com o Palmeiras, e em 1997, com o Vasco. Além disso, foi terceiro em 1992 e sexto no ano passado.
Já as equipes de Romário nunca terminaram entre as melhores de um Brasileiro. Até hoje, o melhor resultado do atacante na competição foi um modesto décimo lugar, com o Vasco, em 1987.
Romário, em compensação, leva pequena vantagem na Copa JH. Até hoje, ele já balançou a rede 13 vezes, contra dez de Edmundo.
Mesmo com a vantagem nos números gerais em Brasileiros, Edmundo evitou a polêmica.
Ele não comentou diretamente as provocações de seu desafeto. Durante a semana, Romário afirmou no Rio que não quer ver Edmundo nem antes nem durante nem depois do jogo.
O santista disse que não se sente atingido pelos comentários do rival porque não tomou conhecimento deles. "Esse negócio de atingir ou não é muito de cada um. Não é o meu caso. Estou tranquilo e feliz", disse.
Romário, depois de muito falar no início da semana, evitou atacar Edmundo nos últimos dias.
Questionado diversas vezes por repórteres a respeito de sua rivalidade com o ex-amigo, não citou o nome de Edmundo nenhuma vez e se referiu sempre ao time do Santos como um todo.
"A partida é do Vasco contra o Santos, time que respeitamos porque tem vários grandes jogadores. Conhecemos a equipe deles e espero que joguemos melhor do que no último jogo", disse.
Os dois jogadores, que atuaram juntos no Flamengo e no Vasco, já foram amigos. A relação começou a se deteriorar em 1998, quando Romário colocou uma caricatura de Edmundo sentado em uma bola murcha em uma das portas de banheiro do seu bar, no Rio.
Neste ano, quando defendiam o Vasco, Edmundo agravou a crise ao se negar a perder o posto de capitão para Romário.


Colaborou a Reportagem Local


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