São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Em meio a divergências entre os jogadores, time enfrenta o Fluminense

Desunido, São Paulo tenta repelir crise no Maracanã

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo terá de provar hoje, às 16h, contra o Fluminense, que mesmo desunido pode afastar a crise instalada no clube.
Sem vencer há quatro rodadas no Brasileiro, uma derrota no Maracanã vai afastar ainda mais a equipe dos oito primeiros colocados, que passarão para a segunda fase. Um novo resultado negativo pode ainda custar o emprego do técnico Nelsinho Baptista.
Apesar de o treinador não admitir, os jogadores não escondem que falta união ao time. Depois do empate em 1 a 1 contra o Grêmio, quinta-feira, os desentendimentos ficaram mais evidentes.
As críticas feitas por França ao setor de criação do time e ao ataque dividiram os atletas. "Cada um teve uma opinião diferente. O Rogério concordou com o França, e eu prefiro preservar os mais jovens. Seria melhor se todos pensassem da mesma forma", afirmou o lateral-direito Belletti.
Entre os jovens citados por ele está Luis Fabiano, atingido pelas críticas de França ao lado de Carlos Miguel, afastado anteontem sob a acusação de não se empenhar nos treinamentos e não manter a forma física.
França colocou a união da equipe em segundo plano. "Não é tão importante para um time ser unido. Fora de campo, cada um leva a sua vida", declarou o atacante.
Essa não é a opinião de seu companheiro de ataque. "Se o time se unir e se fortalecer, vai voltar a vencer", disse Luis Fabiano.
Apesar de a maioria dos atletas pregar a paz, as críticas de jogadores a companheiros continuam.
Sem citar nomes, o goleiro Rogério criticou a falta de empenho de alguns jogadores.
"Tem gente que nunca trabalhou em outro clube. Tem gente que não aproveita a estrutura que o São Paulo oferece e depois tem de provar em outra equipe que poderia ficar aqui", declarou.
Ele também disse que outros jogadores não conseguem acompanhar o raciocínio de França durante as partidas.
Até o atacante, que dissera estar arrependido de tornar as suas críticas públicas, voltou a cobrar o time. "Talvez esteja faltando um pouco de inteligência para a equipe se posicionar da maneira que o Nelsinho pede", afirmou França.
Uma prova da tensão vivida pela equipe será dada hoje pelo presidente do clube, Paulo Amaral. O dirigente irá ao Maracanã.
Ele costuma viajar apenas em jogos decisivos e em momentos críticos. Na Copa dos Campeões, entre junho e julho, em Maceió e João Pessoa, ele só viajou para o Nordeste depois de deflagrada a crise com Rogério, seu desafeto.
"Vou ao Maracanã para mostrar o meu apoio ao técnico e aos jogadores", afirmou o dirigente.
Ele considerou normal as discussões entre os atletas após o jogo com o Grêmio. "Foi reflexo do nervosismo depois de uma partida que não vencemos. Até foi bom, pois os jogadores demonstraram ter brios", disse Amaral.


Texto Anterior: O que ver na Folha Online
Próximo Texto: Desafeto de Nelsinho apita jogo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.