DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians se recuperou ontem no Brasileiro. E, na linha de raciocínio do técnico Carlos Alberto Parreira, o time paulista, ao vencer o Gama por 3 a 1, de virada, no DF, acumulou o que seu treinador chama de "gordura" para o decorrer do Nacional.
Agora, o time do Parque São Jorge soma 31 pontos e ocupa a quinta colocação na tabela, pois leva desvantagem no saldo de gols -o Corinthians tem zero de saldo, contra 11 do São Paulo e oito do Juventude, terceiro e quarto colocados, respectivamente.
Para Parreira, essa vitória foi importante para o Corinthians se manter em boa posição na classificação e não ser surpreendido por uma desclassificação na reta final da primeira fase.
A vitória de ontem também representou uma quebra no jejum de três partidas sem superar seus adversários no Brasileiro.
Como vem acontecendo desde o início deste Nacional, o Corinthians consegue se reabilitar, preferencialmente, em jogos fora de São Paulo. A vitória de ontem foi a quinta da equipe atuando na casa dos rivais -na capital paulista, foram quatro triunfos até agora.
Mais de que a tranquilidade na tabela, o resultado de ontem, em Brasília, deixou Parreira otimista com relação ao futuro da equipe.
Apesar de ter apresentado um futebol pouco empolgante e tecnicamente abaixo das expectativas, o Corinthians demonstrou lampejos do time que conquistou a Copa do Brasil e o Torneio Rio-São Paulo no primeiro semestre.
Dos três gols assinalados ontem, dois foram originados em jogadas trabalhadas no campo do adversário. Com toques rápidos, os corintianos conseguiram envolver a defesa do Gama e chegaram com facilidade às redes.
Mas, para ter o controle da partida e conseguir empregar sua cadência, o clube paulista teve de ser ameaçado. Na primeira investida dos brasilienses, o meia Jackson arrancou pelo meio-de-campo, invadiu a área e foi derrubado pelo zagueiro Fábio Luciano. O juiz Giuliano Bozzano assinalou pênalti. Lindomar bateu rasteiro, no canto esquerdo de Doni, e abriu o placar logo aos 5min de jogo.
Parecia que os corintianos, mesmo de camisa prata -em comemoração aos 25 anos do título paulista de 77-, teriam mais uma partida complicada. Pressionado pelo rival, o Corinthians errava passes e só chegava à área do Gama por meio de cruzamentos.
Mas, quando aos 32min decidiu reeditar a forma de jogar do primeiro semestre, o Corinthians empatou a partida. A jogada começou com Vampeta, no meio, passou por Gil e Kléber, na esquerda, e foi invertida para a direita com Rogério, que cruzou. Guilherme cabeceou e Deivid chutou rasteiro para o gol.
Após o empate, a partida caiu muito tecnicamente. A jogada mais perigosa foi um chute forte do meia corintiano Renato, no final da primeira etapa.
E foi o mesmo Renato, em uma cobrança de falta, que ampliou o placar aos 10min do segundo tempo, acertando um belo chute, no ângulo direito de Pitarelli.
A vantagem no placar e o forte calor do Planalto Central obrigaram o Corinthians a tocar a bola.
Após outra boa triangulação com Deivid, Guilherme e Rogério pelo lado direito da área do Gama, a bola chegou até Gil, que, de cabeça, encobriu Pitarelli e fez o terceiro gol corintiano, aos 19min.
Com a tradicional cadência e a paciência nos toques, o time de Parreira ainda teve a chance de ampliar o placar com Marcinho, que substituiu Gil. Entretanto, o meia-atacante não aproveitou.


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