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FUTEBOL
Atacante renuncia a ação por ofensa racial, e inquérito será arquivado
Grafite desiste de queixa e encerra caso com Desábato
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O atacante Grafite, do São Paulo, entrou na última terça-feira no
Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), na capital paulista,
com uma petição de renúncia ao
direito de queixa contra o zagueiro argentino Leandro Desábato.
Dessa forma, o inquérito que
apurava a denúncia de que o defensor argentino supostamente
xingou Grafite de "negro de merda", dia 13 de abril, no jogo São
Paulo 3 x 1 Quilmes, no Morumbi,
pela Libertadores, será arquivado.
O inquérito está com o Ministério Público. Depois um juiz determinará o seu arquivamento, porque o jogador são-paulino desistiu da ação penal privada.
O prazo final para a queixa era
ontem, seis meses após a abertura
do inquérito que investigava Desábato, acusado de crime de injúria qualificada (com preconceito
relativo a raça). Se Grafite, 26, que
se recupera de lesão no joelho, tivesse entrado com ela, o inquérito
só viraria processo se um juiz
aceitasse a denúncia. Caso o argentino fosse condenado, a pena
iria de um a três anos de reclusão,
se um dia ele voltasse ao Brasil.
No dia do jogo, antes do intervalo, Desábato, 26, havia se desentendido com Grafite, expulso. O
argentino foi preso no final pelo
delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Garra (Grupo Armado de
Repressão a Roubos e Assaltos), a
mando do secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu
Filho, que via o duelo pela TV.
O narrador Galvão Bueno, da
Globo, foi o primeiro a falar que
Desábato xingou Grafite de negro. Ele disse que fez isso por leitura labial, mesmo sem nenhum
microfone ter captado o áudio.
Desábato, que ficou preso por
36 horas em duas delegacias e saiu
ao pagar fiança, negou ter ofendido Grafite com palavras racistas.
Falou ter dito só "toma la banana
y métetela por el culo" e "cagón."
Além das testemunhas, a polícia
baseou a acusação num laudo de
professoras de surdos-mudos,
que atestaram que Desábato xingou Grafite em português ("negrinho"). O laudo do Instituto de Criminalística foi inconclusivo.
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