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JUCA KFOURI
As voltas que a bola dá
Quase dois anos separaram ontem da "decisão" de 2005.
E 30 anos afastam um Corinthians do atual
QUASE DOIS anos separam o jogo de ontem, no mesmo Pacaembu, do entre Corinthians e Inter, praticamente decisivo, no Brasileirão-2005. Entre este
13 de outubro e o 20 de novembro do
1 a 1 fatídico, para os gaúchos, que
não tiveram o famoso pênalti em
Tinga e o viram expulso de campo,
muita coisa mudou.
A começar pela situação de ambos
na tabela, então líder e vice-líder -e
não na luta para não cair.
Embora o resultado de ontem, outro 1 a 1, importe muito, é o que menos importa.
Importa constatar o desmanche
de um time campeão nacional naquele ano e de outro campeão mundial no seguinte.
Importa, também, mostrar que, se
a situação política do Inter não tinha
por que mudar, a do Corinthians tinha e não mudou.
Sim, porque é justo que o novo
presidente alvinegro entenda que
esteja cercado de desconfiança, por
mais esperança que os corintianos
queiram depositar em sua gestão.
A verdade é que ele assume o clube na mais grave crise de sua história
centenária e com o apoio da maioria
responsável pelo desastre, sinalização de pizza no ar, mesmo com a instalação de uma CPI do Corinthians,
porque a opinião pública nem nisso
acredita mais.
Nesses quase dois anos, presidente e vice do Corinthians caíram indiciados por lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha, quadrilha da
qual, queira ou não, o novo presidente fez parte -o que continua a
chamar a atenção do Gaeco, por
exemplo, e da Polícia Federal.
E motivo do apoio dos ex-presidente e vice, por ambos considerarem que o novo está suficientemente enredado para não dificultar suas
vidas.
Andrés Sanches, que também tem
o apoio de bem-intencionados conselheiros, terá de fazer mágica para
se sair bem e até parece estar convencido disso. Ao garantir que não
mente, desmentiu que pense em
trazer Antônio Carlos, suspenso por
racismo quando atleta do Juventude, e Vanderlei Luxemburgo para o
Parque São Jorge.
Este, apesar de suas qualidades
como técnico, é encrenca que, ao
menos neste momento, o Corinthians não só não precisa como não
pode pagar.
Ou voltaremos imediatamente
aos tempos dos fins justificarem os
meios, como se argumentou para fazer a parceria com a MSI.
Impossível, ainda, falar em 13 de
outubro na vida corintiana e não
lembrar dos 30 anos do gol de Basílio, epopéia indelével aos olhos e corações que o testemunharam.
Mas aqueles sim eram outros
tempos, que não voltam mais, e nem
é o caso de lamentar, embora seja,
outra vez, o de constatar que o Corinthians já foi bem mais Corinthians do que é hoje.
Se Sanches conseguir recuperar
50% desse sentimento, merecerá
uma estátua.
Hoje tem seleção
As eliminatórias começam escondidas porque o Brasileirão nem pára, e o calendário de 2008 é anunciado pela CBF com os absurdos de
sempre, sem se adequar ao calendário mundial e ao manter fora da
Copa do Brasil os clubes classificados para a Libertadores.
blogdojuca@uol.com.br
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