São Paulo, quarta-feira, 14 de outubro de 2009

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Governo faz pacote de R$ 60 mi

Por Rio-16, programa "Cidade Olímpica" repassará R$ 300 mil/ano a 100 cidades para fomentar base

"Atleta de Ouro" vai dar R$ 375 mil a 80 esportistas que têm chance de disputar medalha olímpica e não participam do Bolsa-Atleta

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

EDUARDO ARRUDA DO PAINEL FC O Ministério do Esporte assinará, a partir de 2010, convênios com prefeituras para que acolham e fomentem modalidades olímpicas. Como contrapartida, o governo injetará dinheiro nos municípios participantes. Serão liberados, inicialmente, R$ 60 milhões em dois programas -"Cidade Olímpica" e "Atleta de Ouro".
É a primeira iniciativa após a vitória do Rio para ser sede da Olimpíada de 2016 na direção de transformar o Brasil em uma potência esportiva.
""Se uma cidade decidir se tornar um centro de excelência em algum esporte, no boxe, por exemplo, ela desenvolverá estrutura para o desenvolvimento dessa modalidade, tanto na parte física, com ginásios e equipamentos, como na parte técnica", afirma o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr.
Segundo ele, a ideia já foi apresentada ao presidente Lula, que teria gostado, e ao Comitê Olímpico Brasileiro. A previsão é a de que Lula oficialize o projeto em breve, avalizando um crédito extraordinário.
O dinheiro sairá do orçamento da Secretaria de Alto Rendimento do Ministério do Esporte. O "Cidade Olímpica" contemplará numa primeira fase cem cidades. Cada uma delas receberá R$ 300 mil de auxílio.
De acordo com estudo da Secretaria de Alto Rendimento, com esses recursos será possível construir um núcleo de esporte de base, reformar e ampliar equipamentos esportivos nas cidades escolhidas.
""Existem inúmeras cidades pelo Brasil que poderiam se candidatar, isso pulverizaria o esporte por todo o país. Essa ideia não é para o atleta de alto rendimento, é para a base", argumenta o ministro Silva Jr.
Dirigentes esportivos já haviam feito sugestão no sentido de estabelecer parcerias com prefeituras. Foi o caso de Roberto Gesta de Melo, da Confederação Brasileira de Atletismo, cuja entidade fez acordo com a Prefeitura de Maringá.
Outra iniciativa do governo federal prevista para o próximo ano e que ganhou fôlego com a conquista dos Jogos-16 é o programa ""Atleta de Ouro", que contemplaria competidores do alto rendimento sem condições hoje para serem contemplados pelo programa Bolsa-Atleta.
Em andamento, o programa aumentará a população no ""topo da pirâmide" e aprimorará desportistas da elite. A previsão é a de que sejam liberados R$ 30 milhões, que serão distribuídos a 80 esportistas depois de análise do COB e das confederações das modalidades.
Pelos cálculos, cada atleta receberia R$ 375 mil por ano.
O perfil do "atleta de ouro" é o do ginasta Diego Hypólito, com possibilidade de disputar medalha olímpica. Se o competidor estiver ranqueado entre os dez melhores do mundo, ele já se enquadra nesse processo de escolha. O programa só irá contemplar aqueles que participam de esportes individuais.
""Quem já tem algum patrocínio não pode ser beneficiado pelo programa Bolsa-Atleta, segundo sua regulamentação. Então, o ""Atleta de Ouro" serviria para atender quem acreditamos que tem condições de "chegar lá"", justifica Silva Jr.
Os resultados em Jogos Olímpicos são vistos de forma distinta por ministério e COB. A entidade dirigida por Carlos Arthur Nuzman prega, de forma reiterada, que não deve haver cobrança por resultados.
A pasta projetou o país do 16º ao 20º lugar em Pequim-2008.
Ao final dos Jogos, o Brasil terminou na 23ª posição, com três ouros e 17 medalhas.


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