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LEGISLAÇÃO
Empresa só poderia ter uma equipe
Relator quer
limitar venda
dos clubes
MARCELO DAMATO
da Reportagem Local
O relator do
projeto de lei
Pelé, deputado
Tony Gel
(PFL-PE), está
redigindo um
parágrafo que
limita a compra
de clubes pelos investidores.
A idéia do deputado é que um investidor, pessoa física ou jurídica,
não possa adquirir o controle
acionário de mais de uma equipe
da mesma modalidade esportiva
no país.
Assim, uma empresa poderia ter
uma equipe de futebol e uma de
vôlei, mas não duas do mesmo esporte.
"Se uma empresa compra vários
times, desaparece o conceito de liga. A empresa é que vira a liga",
afirma Gel.
Essa medida também é defendida pelo presidente do Clube dos
13, Fábio Koff.
"Na Espanha, um investidor pode ter o controle de apenas um clube. Nos demais, pode ter no máximo 1% das cotas", afirmou o dirigente.
Tanto Gel quanto Koff dizem temer que o controle de mais de um
clube pela mesma empresa dá
margem a manipulação de resultados.
Esses rumores acontecem mesmo quando times do mesmo patrocinador se enfrentam.
Em 1995, Juventude e Palmeiras,
ambos patrocinados pela Parmalat, jogaram na última rodada do
primeiro turno do Brasileiro.
Reagindo a boatos de que entregaria o jogo ao Palmeiras, o time
gaúcho se empenhou e eliminou o
time paulista.
A medida, se aprovada, irá frustrar os planos do banco Opportunity de adquirir clubes de futebol
nos Estados de São Paulo, Rio e
Bahia.
Luís Roberto Demarco, sócio-diretor do Opportunity, criticou a medida. "Isso é antinatural.
Deveriam deixar que o mercado se
regule."
Demarco disse também que uma
regra assim pode criar problemas
para os clubes.
Segundo ele, não existem hoje
grandes investidores em número
suficiente para fazer parcerias ou
comprar os principais clubes do
país.
A Folha apurou também que
uma regra como essa em princípio
não é imune à burla. Um grupo
empresarial poderia adquirir vários clubes, fazendo cada uma de
suas empresas subordinadas adquirir um clube.
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