São Paulo, Domingo, 14 de Novembro de 1999
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FUTEBOL
Equipe, que tem estigma de ser caseira, pegará mais um paulista na semifinal se eliminar o Guarani
Corinthians "regionaliza" o Brasileiro

Jorge Araújo/Folha Imagem
Entre Vampeta (esq.) e Rincón (dir.), Oswaldo de Oliveira orienta time para o jogo com o Guarani




FERNANDO MELLO
enviado especial a São Roque (SP)

O tão propagado estigma de "clube regional" do Corinthians pode ser crucial para que o time de Oswaldo de Oliveira elimine seus adversários e chegue à final do Brasileiro-99, o que lhe garante, no mínimo, uma vaga para a Taça Libertadores de 2000.
Afinal, o maior campeão paulista deste século, com 23 conquistas estaduais, só pegará adversários de São Paulo caso consiga uma vaga na decisão do Nacional.
Hoje, contra o Guarani, às 18h30, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas, o Corinthians faz o primeiro duelo das quartas-de-final da competição.
No próximo domingo e, se necessário, daqui a dez dias, as duas vezes em São Paulo, os clubes voltam a se enfrentar para decidir quem se classifica para as semifinais. O Corinthians tem a vantagem de três empates.
Caso bata os campineiros, o Corinthians terá pela frente outro paulista, já que enfrenta o vencedor do mata-mata entre Ponte Preta e São Paulo.
Essa "regionalização" do Campeonato Brasileiro é vista com com bons olhos pelo técnico Oswaldo de Oliveira.
Além de poder contar com o apoio de um maior número de torcedores (Campinas fica a 99 km da capital, cerca de uma hora e meia em viagens de ônibus), o treinador enfatiza a importância de não ter que se deslocar para centros mais distantes.
"É lógico que é melhor jogar no interior. Seria bem mais complicado ter que se deslocar para Belo Horizonte, Salvador ou Rio de Janeiro. O desgaste é bem menor", afirmou o técnico corintiano.
Se depender do retrospecto contra os rivais paulistas, a torcida corintiana tem razões para ficar otimista. Em sete duelos contra rivais estaduais no torneio, o Corinthians venceu cinco (três clássicos) e perdeu apenas dois (para Ponte Preta e Palmeiras).
Em 1999, o time disputou 33 partidas contra clubes conterrâneos, venceu 18 vezes, empatou seis e perdeu nove, um aproveitamento de 61% dos pontos.
Contra equipes de outros Estados (no Brasileiro, Copa do Brasil e Rio-São Paulo) e de outros países (na Copa Mercosul e Libertadores), o aproveitamento cai para 55%. Foram 38 jogos, 19 vitórias, seis empates e 13 derrotas.
"Mas esse tipo de estatística não conta na hora do jogo. O Guarani é uma grande equipe, que amadureceu muito durante o campeonato. Vai nos dar muito trabalho em Campinas", disse Oliveira.
Para o técnico, um empate hoje à noite não seria um mau resultado. "Temos a vantagem, e isso pode fazer a diferença. Não afasto a possibilidade de um empate, não. Mas é claro que vamos jogar para ganhar, como sempre fizemos."
O respeito ao adversário de hoje era unanimidade após o penúltimo treino corintiano em São Roque (a 58 km de São Paulo), anteontem. A equipe está concentrada desde quinta-feira na cidade do interior paulista para evitar contato com os torcedores organizados, que, na semana passada, tentaram agredir jogadores no Parque São Jorge.
"O Guarani é uma grande equipe, tem bons valores, mas eu sou mais Corinthians", declarou o atacante Edílson, que defendeu a equipe rival no início da carreira.
Para a partida de hoje, o técnico Oswaldo de Oliveira ainda tem três dúvidas, duas na defesa e uma no ataque. O treinador ainda não definiu se escala na lateral direita César Prates, o favorito para conseguir a vaga, ou Índio, que tem sido vaiado pela torcida.
Na lateral esquerda, a disputa é entre Augusto e Kléber. O primeiro tem sido elogiado pelo técnico Oswaldo de Oliveira e deve ser confirmado como titular.
No ataque, o artilheiro do time, Luizão, passará por um teste. Ele se recupera de uma contratura muscular na coxa direita e, se for vetado, dá lugar a Fernando.


Colaborou Paulo Cobos, da Reportagem Local
NA TV - Bandeirantes e Globo, ao vivo, a partir das 18h30 (apenas para SP e Salvador)


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