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TÊNIS
Masters (emoção)
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Gustavo Kuerten (pressão):
O brasileiro disse que até fazia bem um pouco de pressão sobre ele. Que a pressão o motivava.
Mais pressão do que agora, então,
impossível.
A derrota na estréia não é barata. Significa que precisa vencer os
dois jogos para continuar defendendo sua liderança. Em conversa com os jornalistas após a derrota, praticamente jogou a toalha. Falou que será muito difícil
ganhar de Kafelnikov e Ferrero e
que não está em boa fase.
Disse também que a derrota na
estréia foi injusta. O certo é que,
depois de um início lento, Kuerten desperdiçou as chances que
teve. E não foram poucas. Injusta
ou justa, real porém. Agora, é ganhar ou ganhar. Ou voltar para o
Florianópolis, o que, para ele, não
é nada mal.
Lleyton Hewitt (decisão): O australiano superou bem o nervosismo da estréia.
Nervosismo, sim, porque para
Hewitt esta é a competição mais
importante de sua vida. Disse que
talvez nunca mais na vida tenha
uma oportunidade de disputar
um Masters em seu país e ainda
ter chances de ser campeão.
Em quadra, é o que se mostrou
mais adaptado ao piso, à velocidade da bola. Se não tem o saque
ou o golpe mais devastador, é o
que achou o melhor atalho para
os golpes, encontrando ângulos
incríveis para colocar a bola.
Andre Agassi (serenidade): O
americano, sobre quem pairavam
as maiores dúvidas antes da abertura do Masters, não viajaria para tão longe, justo ele que não gosta de ficar viajando, não fosse para disputar seriamente o título.
O que Agassi mais temia era o
primeiro jogo: contra a torcida local, fora de ritmo. "Um puta jogo", confidenciou. Pois bem: foi
muito bem, não dando chance a
um adversário motivado.
Ievguêni Kafelnikov (obstinação): O russo sabe que esta é provavelmente sua última chance de
ganhar um Masters. À sombra da
disputa pelo número um do ranking, corre por fora.
Diferentemente do que aconteceu nas outras seis vezes, chega
embalado por boas atuações e
mais interessado nos jogos do que
na temporada de esqui em alguma cidadezinha austríaca.
Juan Carlos Ferrero (deslumbramento): O espanhol chegou
mais interessado em conhecer a
"reunião dos melhores" do que
nas chances de ser campeão.
Na quadra, fez uma boa atuação, mas quer mesmo é ganhar
experiência para a próximo ano
-e não esconde isso de ninguém.
Patrick Rafter (felicidade): O
australiano imagina não sair
campeão. O que importa é a Copa
Davis. O Masters não é só um treino de luxo. Está servindo para
Rafter pensar se continua ou pára
ao fim da temporada. De certo,
torce para seu compatriota.
Sébastien Grosjean (diversão):
O francês revelou que já tinha
planos para uma viagem nesta
época do ano. Eis que ganhou a
vaga no Masters.
Sem revelar que é sua viagem de
entretenimento, Grosjean decretou que é o torneio para se divertir. "Aproveitar ao máximo", disse, ganhando ou perdendo.
Goran Ivanisevic (lucro): O
croata não iria passar de janeiro.
Eliminado no qualifying na própria Austrália, ia parar. Mas decidiu tentar um pouco mais. Ganhou Wimbledon e, mesmo mal
das pernas, garantiu-se no Masters. Foi e está jogando solto. De
quebra, ganhou do número um
do mundo.
Na parede
Em Tenisbrasil, ouço comentário de Ricardo Acioly, capitão na
Davis e solteiro até o fim de semana: ""Kuerten está contra a parede.
Mas já esteve na última temporada". Para quem não lembra, o brasileiro perdeu o primeiro jogo em Lisboa e, depois, fez história.
No paredão
Recebo dois e-mails irados, indignados com o tratamento dispensado por esta coluna a Sébastien Grosjean. Não há dúvida de que é
um excelente tenista. Mas é preciso ir com calma. Certa vez ouvi de
Pete Sampras: uma série de torneio em um ano não pode consagrar um tenista. É preciso observá-lo, ano a ano, ver a história toda.
Na paralela
Com o Masters de Sydney rolando solto, quem quer saber de torneios menores? Muita gente. A Copa Ericsson segue pelo continente e tem seu Masters no início de dezembro, no Rio.
E-mail: reandaku@uol.com.br
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