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Dois erros de bandeirinhas evitam derrota que minguaria a chance de o time escapar da Série B
Arbitragem não deixa Palmeiras cair em casa
Rubens Cavallari/Folha Imagem
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Nenê toca para, em impedimento, marcar o gol do Palmeiras, que definirá sua permanência na elite do Brasileiro na última rodada |
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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O flamenguista Athirson reclama com o árbitro Giuliano Bozzano |
EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Desta vez, a ajuda não veio de
Nossa Senhora Aparecida, a santa
escolhida para amparar o desespero do Palmeiras à beira da segunda divisão do Campeonato
Brasileiro. Ontem à noite, no empate em 1 a 1 com o Flamengo no
Parque Antarctica, quem deu
uma enorme força ao time paulista foi o trio de arbitragem.
O árbitro Giuliano Bozzano e os
bandeirinhas Vawran da Silva
Rosa e Carlos Berkembrock, todos de Santa Catarina, validaram
um gol do Palmeiras cujo autor
estava impedido e, alegando impedimento, anularam outro do
Flamengo, marcado por um jogador em posição legal.
"Tinha uma quadrilha aqui
querendo salvar o Palmeiras",
afirmou um revoltado Hélio Ferraz, o presidente do Flamengo,
questionado sobre a arbitragem.
Até os jogadores do Palmeiras
reconheceram que o time foi beneficiado. "O erro é humano. Se
fosse contra nós, iríamos reclamar também. Ainda bem que foi a
nosso favor. Não fosse isso, a coisa
estaria pior", disse César.
Mas a coisa segue muito ruim
para o Palmeiras, que, com 27
pontos, precisa vencer o Vitória
no domingo em Salvador e torcer
por tropeços de adversários para
se livrar do rebaixamento.
A torcida palmeirense encheu o
Parque Antarctica. Um ar de batalha campal, de final de campeonato, cercou o estádio na noite chuvosa de ontem.
Em campo, o clima não foi diferente. Postado quase que totalmente na defesa, o Flamengo congestionou seu meio-campo com
cinco jogadores (três volantes),
fez marcação individual sobre os
armadores palmeirenses e apostou nos contra-ataques.
Com seu setor de criação anulado, o Palmeiras apostou nos chuveirinhos do paraguaio Arce.
Entre os dois times, Giuliano
Bozzano, pressionado a todo instante pelos jogadores e que, para
coibir a rispidez e a tensão da partida, lançou mão dos cartões amarelos: foram oito em todo o jogo,
seis apenas no primeiro tempo.
A cada lance mais duro, os atletas, principalmente os palmeirenses, cercavam o juiz, na esperança
de ver um rival expulso.
O Flamengo só chegava ao gol
de Sérgio em lances casuais, normalmente finalizados por Liédson ou Athirson.
Mas o Palmeiras jogava mal. Zinho, autor do primeiro gol na vitória sobre o Fluminense e mais
experiente jogador do time, esteve irreconhecível e acabou substituído no segundo tempo.
O castigo veio aos 32min: após
um chutão da defesa do Flamengo, Alexandre ficou no "mano a
mano" com Liédson e recuou de
cabeça para Sérgio. O toque foi errado, e a saída do goleiro idem,
permitindo ao flamenguista penetrar livre para abrir o placar.
Enquanto Liédson caminhava
para as redes, a caça as bruxas já
começava, com Alexandre e Sérgio discutindo e trocando empurrões. "Eu me precipitei", disse o
zagueiro no intervalo. "Eu achei
que ele [Alexandre] fosse tirar,
mas não tirou", disse o goleiro.
Aos 41min, Fábio Baiano cruzou da direita, e Liédson empurrou para o fundo das redes, mas a
arbitragem anulou corretamente.
Os times não mudaram para o
segundo tempo. Mas, por volta
dos 10min, a torcida do Palmeiras
começou a pedir a entrada do atacante Nenê. Culpi atendeu aos
15min, sacando Zinho, e aproveitou para pôr em campo também
Dodô, no lugar de Itamar.
Prenúncio da torcida e sorte do
técnico: com um minuto em campo, Dodô recebeu na grande área
e tentou chutar a gol, mas a bola
saiu mascada e parou na perna esquerda de Nenê, que empurrou
para as redes. O autor do gol estava impedido, assim como Rubens
Cardoso, que estava ao seu lado,
mas o placar já era 1 a 1.
Aos 40min, após cruzamento da
esquerda, André Dias completou
de barriga para fazer mais um gol
para o Flamengo, mas o juiz anulou -novamente de forma incorreta, pois o meia estava em posição legal na hora do lançamento.
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