São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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POR QUÊ?

CPIs, caso Gama e crise da TV dão força a renovação

DA REPORTAGEM LOCAL

O surgimento de novos dirigentes, como Bebeto de Freitas no comando do Botafogo, ocorre na esteira de um processo de desgaste dos cartolas tradicionais do futebol do país.
Três fatores impulsionaram esse processo: as duas CPIs do Congresso que investigaram o universo do futebol entre 2000 e 2001, a manobra jurídica que rebaixou o Gama no lugar do Botafogo em 1999 e a queda nas receitas da TV com o setor.
O próprio Botafogo, que passará a ser administrado por Bebeto de Freitas, foi um dos alvos das comissões, especialmente da CPI do Futebol, que funcionou no Senado.
As investigações demoliram a imagem dos dirigentes tradicionais e causaram prejuízos irreversíveis ao deputado federal e atual presidente do Vasco, Eurico Miranda (PPB-RJ).
Ao lado do presidente da Federação de Futebol do Rio, Eduardo Viana, Eurico liderou o grupo de presidentes de clubes do Rio de Janeiro que, na segunda metade da década de 90, deu as cartas na CBF e no Campeonato Brasileiro.
Em 1999, por exemplo, Eurico foi o mentor da manobra que, no tapetão, livrou o Botafogo da segunda divisão.
O Gama, rebaixado no lugar do time carioca, foi à Justiça comum e reverteu a situação, depois de uma batalha que ameaçou o Campeonato Brasileiro de 2000 e resultou na criação da Copa João Havelange.
Com a bagunça fora de campo, a TV, setor que mais investe no futebol nacional, deixou de apoiar irrestritamente os cartolas e o resultado foi uma abertura maior para novos nomes e propostas. E, sem grandes resultados dentro de campo, tornou-se quase impossível impedir a mudança.


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