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POR QUÊ?
CPIs, caso Gama e crise da TV dão força a renovação
DA REPORTAGEM LOCAL
O surgimento de novos dirigentes, como Bebeto de Freitas
no comando do Botafogo,
ocorre na esteira de um processo de desgaste dos cartolas tradicionais do futebol do país.
Três fatores impulsionaram
esse processo: as duas CPIs do
Congresso que investigaram o
universo do futebol entre 2000
e 2001, a manobra jurídica que
rebaixou o Gama no lugar do
Botafogo em 1999 e a queda nas
receitas da TV com o setor.
O próprio Botafogo, que passará a ser administrado por Bebeto de Freitas, foi um dos alvos das comissões, especialmente da CPI do Futebol, que
funcionou no Senado.
As investigações demoliram
a imagem dos dirigentes tradicionais e causaram prejuízos
irreversíveis ao deputado federal e atual presidente do Vasco,
Eurico Miranda (PPB-RJ).
Ao lado do presidente da Federação de Futebol do Rio,
Eduardo Viana, Eurico liderou
o grupo de presidentes de clubes do Rio de Janeiro que, na
segunda metade da década de
90, deu as cartas na CBF e no
Campeonato Brasileiro.
Em 1999, por exemplo, Eurico foi o mentor da manobra
que, no tapetão, livrou o Botafogo da segunda divisão.
O Gama, rebaixado no lugar
do time carioca, foi à Justiça comum e reverteu a situação, depois de uma batalha que ameaçou o Campeonato Brasileiro
de 2000 e resultou na criação da
Copa João Havelange.
Com a bagunça fora de campo, a TV, setor que mais investe
no futebol nacional, deixou de
apoiar irrestritamente os cartolas e o resultado foi uma abertura maior para novos nomes e
propostas. E, sem grandes resultados dentro de campo, tornou-se quase impossível impedir a mudança.
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