SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

No seu pior ano, Rivaldo terá pela seleção brasileira a última chance para acabar com o maior jejum de gols da sua carreira.
Sem ter festejado pelo menos um gol neste semestre, o jogador sabe que as partidas contra o Peru, no domingo, em Lima, às 19h, e Uruguai, na próxima quarta-feira, em Curitiba, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, serão as últimas oportunidades para pôr fim à marca negativa.
O gol mais recente de Rivaldo foi em 31 de maio, na final da Copa da Itália. Ele marcou uma vez no empate do Milan contra a Roma (2 a 2). Desde então, o atleta, que amarga a reserva no clube de Milão, não balançou as redes.
O jejum de gols de Rivaldo pela seleção é ainda maior. A última vez que ele fez um gol pelo time nacional foi há mais de um ano, contra a Inglaterra, na Copa-02.
"É uma coisa chata. Isso ainda não tinha ocorrido na minha vida. Se conseguir fazer um gol no domingo, vou adorar", declarou o meia-atacante, que, caso marque contra os peruanos, irá oferecer o gol ao filho Rivaldinho, 8.
A seleção lidera as eliminatórias, com seis pontos. Os quatro primeiros da América do Sul vão ao Mundial da Alemanha -o quinto disputa uma repescagem.
Rivaldo vive situação singular. É reserva no Milan e titular na seleção de Carlos Alberto Parreira.
Irritado por não ser titular, o jogador chegou a anunciar em agosto o rompimento de contrato com o clube, mas, depois, recuou.
Com o mercado europeu de transferências fechado na época, o jogador, que tem contrato com o Milan até 2005, fez um acordo para permanecer até dezembro.
"Treino muito, mas o técnico não me escala. Meus companheiros não sabem explicar o motivo. Na minha família, meu filho sempre me pergunta o motivo. Tenho uma desconfiança sobre a decisão dele de não me escalar, mas prefiro não falar nada", declarou o jogador, que só marcou oito gols desde que foi contratado pelo Milan, depois da Copa do Mundo.
Sem ambiente no clube, Rivaldo pretende se transferir para o futebol inglês. "Já recebi algumas propostas da Inglaterra, mas nenhuma me agradou. Acho que até o próximo ano vou conseguir um novo clube", disse o jogador.
Por causa dos problemas com o Milan, Rivaldo não esconde que 2003 é o pior ano de sua carreira.
"Acho que apenas depois da Olimpíada de Atlanta tive um ano tão ruim como este", disse ele, referindo-se à fracassada campanha da equipe de Zagallo em 1996. Rivaldo foi duramente criticado por sua atuação na derrota para a Nigéria, em jogo que valia ida à final.
Ontem, houve um bom sinal para o atleta: fez um gol na vitória por 2 a 0 dos titulares sobre os reservas -o outro foi de Ronaldo.


Texto Anterior: Atleta também enfrenta o Santos
Próximo Texto: Parreira mantém Kaká e testa opções
Índice