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"Reféns", clubes devem aceitar Paulista barato
Dependentes da Globo, times paulistas rumam para negar oferta da Record
Apoios financeiro e político influenciam Palmeiras, Santos e Corinthians na negociação sobre direitos de TV; São Paulo é a exceção
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com pendências financeiras
com a Globo, dirigentes dos
grandes clubes de São Paulo e
da federação paulista devem
rechaçar hoje uma proposta da
Record que dobraria o valor do
Paulista, a partir de 2008. A
tendência é a renovação com a
emissora carioca até 2009.
A Globo propôs a extensão do
contrato do Paulista por um valor entre R$ 30 milhões e R$ 40
milhões anuais. A rede de TV
paulista oferecia entre R$ 60 e
R$ 70 milhões por ano.
O encontro visa a discussão
dessa proposta mais vantajosa.
Mas a emissora carioca diz já
ter assinaturas da maioria dos
clube, exceto do São Paulo, obtidas na semana passada.
Ontem, o presidente da Record, Alexandre Raposo, foi a
um programa de esporte da rede para dizer que estava esperando a resposta da FPF. Chegou a mostrar o telefone celular
no ar para enfatizar sua oferta.
Mas, pressionado pela FPF, o
Palmeiras foi o primeiro a assinar com a Globo. O clube obteve uma antecipação de R$ 11
milhões em cotas de TV, do
Brasileiro e do Paulista.
O dinheiro foi repassado pela
federação para que o clube pagasse débitos do futebol. Em
troca, a FPF exige favores.
A diretoria corintiana também já fez antecipações de cotas do Brasileiro, por meio do
Clube dos 13. "Nestas negociações, se for haver uma mudança, tem que pagar a diferença de
volta", admite o vice de Finanças do Corinthians, Emerson
Pioversan, que não participa
diretamente das negociações.
O Santos não fez antecipações de cotas de TV, mas precisa do apoio da Globo. Isso porque o clube reivindica aumento
de sua fatia no Brasileiro. Quer
chegar ao Grupo 1, onde estão
os times de maiores cotas.
Além disso, só com vários jogos transmitidos em TV aberta
os santistas podem pedir reajustes de seus patrocinadores.
Sem antecipar receitas, o São
Paulo defende abrir negociação. "O que queremos é mais dinheiro", disse o diretor João
Paulo Lopes. Mas o clube admite que não é possível negociar
em separado. Só poderá assinar
se todos se renderem.
Além das antecipações de cotas, os clubes ainda recebem,
em conjunto, valores adiantados pelo Brasileiro. Pelo contrato, a Globo já terá repassado
R$ 47 milhões referentes ao
Nacional de 2007 antes mesmo
do início da temporada.
As cláusulas de renovação
impostas pela emissora carioca, que exigem burocracias na
apresentação de propostas
concorrentes, também dificultam a mudança no Paulista.
Ciente das dificuldades, até
diretores da Record admitem
que dificilmente vencerão a
concorrente. Procurado, o diretor da Globo Marcelo Campos
Pinto não retornou as ligações.
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