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Triatleta comandará antidoping da natação
Médica, Sandra Soldan vira diretora
em meio ao caso de Rebeca Gusmão
Competidora substitui
Renata Castro, que deixou
cargo após amostras de
urina da nadadora no Pan
apresentarem dois DNAs
FABIO GRIJÓ
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A triatleta Sandra Soldan é a
nova diretora-adjunta de doping da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
O anúncio foi feito ontem.
Eduardo de Rose, médico-chefe da Organização Desportiva
Pan-Americana, comandará o
departamento e indicou Sandra. Ele disse que sua participação na diretoria é provisória.
Sandra Soldan, 34, é médica
formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nos últimos anos, a triatleta declarou
diversas vezes que gostaria de
se dedicar à medicina esportiva
quando se aposentasse.
O esporte, porém, continuava sendo sua prioridade. Ela foi
uma das representantes do
Brasil nos Jogos do Rio e terminou apenas na 19ª colocação. À
época, afirmou que aquele deveria ser seu último Pan-Americano. E que, depois, poderia
se arriscar em provas mais longas, como o Ironman.
Procurado ontem no fim da
tarde, o vice-presidente da
Confederação Brasileira de
Triatlo, José Renato Lima, disse desconhecer a indicação de
Sandra para a CBDA e sua possível aposentadoria do esporte.
A Folha tentou entrar em
contato com a atleta, mas ela
não atendeu os telefonemas.
Apesar da pouca experiência
prática da triatleta em antidoping, Coaracy Nunes disse confiar na indicação de De Rose,
que chefiou os testes do Pan.
"Ela tem pós-graduação no
esporte", disse o presidente da
entidade que gere a natação.
Coaracy explicou que, nas
quatro primeiras competições
da nova diretoria, De Rose responderá pela comissão médica.
Em janeiro, segundo o dirigente, a triatleta acompanhará a
delegação nacional em evento-teste em Pequim, na piscina
que será usada na Olimpíada-2008. Em nota, a entidade disse que Sandra está, desde já, à
disposição das seleções.
"Como triatleta, ela já passou
por vários testes [antidoping].
Está apta para o cargo. Além
disso, fala inglês, tem condições de ler as regulamentações
da federação internacional sobre doping", disse o dirigente.
Coaracy afirmou conhecer
Sandra "há 15, 20 anos", desde
que ela nadava peito "na época
da Patrícia Amorim" [um dos
ícones da natação brasileira].
O dirigente contou que Sandra sugeriu ontem a adoção de
exames fora de competição, a
exemplo do que já faz a Federação Internacional de Natação.
O Brasil acumula, desde
2002, seis casos positivos.
Foi em um desses exames
que a Fina flagrou a velocista
Rebeca Gusmão com testosterona. A nadadora já foi suspensa preventivamente.
Coaracy disse que irá adotar
a medida. "Qualquer coisa para
evitar um problema como este
[de Rebeca]. Perdemos uma
grande nadadora, que poderia
ser finalista olímpica."
As nomeações dos novos diretores reestruturam o departamento de doping da CBDA
após a saída de Renata Castro.
Uma das chefes do antidoping
do Pan do Rio, a médica também teve seu nome ligado a suposto caso de fraude em testes
de Rebeca, que apresentou dois
DNAs em amostras de urina.
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