São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2007

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Irmandade de Gary Hall abre filial no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2004, o campeão olímpico Gary Hall Jr. anunciou sua nova empreitada: reunir alguns dos melhores nomes da natação para treinar, competir e fazer dinheiro. Tudo bancado por seu pai. Fundava o Race Club.
No início, o projeto soava ambicioso, um tanto utópico. O norte-americano falava em esmorecer vínculos com as confederações nacionais e unir nomes dos mais diferentes países. Hall planejava criar torneios mais atrativos, até com duelos entre só dois nadadores.
Atualmente, o Race Club (Clube de Competição, em inglês) não só é um projeto consolidado como está em expansão. E desembarca no Brasil no momento mais conturbado da natação nacional.
Enquanto o país discute um caso de doping e escancara as fraudes da modalidade, Hall inaugura uma parceria sem precedentes, que contrasta com o atual cenário do esporte.
"Nossa filosofia não é baseada em países ou políticas, mas no respeito e amor deles pelo esporte e em sua capacidade de virem a ser atletas melhores. Nosso grupo é livre para ir ao Brasil treinar e agora os membros do Race Club do Brasil poderão vir treinar conosco na Flórida", disse Hall à Folha.
A parceria com o técnico do Pinheiros, Alberto Silva, costurada durante o Pan, seria anunciada hoje. O nadador participaria de evento do dia mundial da diabetes, em São Paulo -ele tem a doença. Hall, no entanto, alegou problema com visto vencido e avisou ontem à noite que não deveria viajar.
"Minha participação e de outros atletas no Brasil não concorre com nossos clubes. O conceito é mais de uma irmandade, de ajuda mútua entre alguns dos melhores velocistas do mundo", afirmou Silva.
Henrique Barbosa, 23, é o único brasileiro em Islamorada, CT do time. Aportou por lá em 2006, seduzido pela possibilidade de treinar com o renomado técnico Mike Bottom e pela filosofia do projeto, que não prioriza só a piscina. O Race Club incentiva atividades como ioga, pilates e massagem.
"É muito diferente do que estamos acostumados. Há muito treino de força. Por outro lado, também respeitam seus limites. Se em um dia está cansado, mandam você de volta para casa", afirmou ele.
O time também respeita a opinião dos nadadores, que podem vetar até grandes nomes.
"Não é qualquer um que entra. As pessoas que já estão na equipe têm de gostar do novo atleta. Tem de ser uma pessoa que não vá criar um clima ruim e atrapalhar", disse Henrique.
Atualmente, Islamorada abriga nomes de Israel, Croácia, Lituânia, Rússia, África do Sul, Brasil, entre outros países, o que cria também um intercâmbio cultural.
"Eles são contra prender as pessoas. Ninguém é obrigado. Se não está feliz, pode ir embora. Eles têm muito para ensinar e querem fazer isso", disse Henrique.0 (MARIANA LAJOLO)


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