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Irmandade de Gary Hall abre filial no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2004, o campeão olímpico Gary Hall Jr. anunciou sua
nova empreitada: reunir alguns
dos melhores nomes da natação para treinar, competir e fazer dinheiro. Tudo bancado por
seu pai. Fundava o Race Club.
No início, o projeto soava
ambicioso, um tanto utópico. O
norte-americano falava em esmorecer vínculos com as confederações nacionais e unir nomes dos mais diferentes países.
Hall planejava criar torneios
mais atrativos, até com duelos
entre só dois nadadores.
Atualmente, o Race Club
(Clube de Competição, em inglês) não só é um projeto consolidado como está em expansão. E desembarca no Brasil no
momento mais conturbado da
natação nacional.
Enquanto o país discute um
caso de doping e escancara as
fraudes da modalidade, Hall
inaugura uma parceria sem
precedentes, que contrasta
com o atual cenário do esporte.
"Nossa filosofia não é baseada em países ou políticas, mas
no respeito e amor deles pelo
esporte e em sua capacidade de
virem a ser atletas melhores.
Nosso grupo é livre para ir ao
Brasil treinar e agora os membros do Race Club do Brasil poderão vir treinar conosco na
Flórida", disse Hall à Folha.
A parceria com o técnico do
Pinheiros, Alberto Silva, costurada durante o Pan, seria anunciada hoje. O nadador participaria de evento do dia mundial
da diabetes, em São Paulo -ele
tem a doença. Hall, no entanto,
alegou problema com visto
vencido e avisou ontem à noite
que não deveria viajar.
"Minha participação e de outros atletas no Brasil não concorre com nossos clubes. O
conceito é mais de uma irmandade, de ajuda mútua entre alguns dos melhores velocistas
do mundo", afirmou Silva.
Henrique Barbosa, 23, é o
único brasileiro em Islamorada, CT do time. Aportou por lá
em 2006, seduzido pela possibilidade de treinar com o renomado técnico Mike Bottom e
pela filosofia do projeto, que
não prioriza só a piscina. O Race Club incentiva atividades
como ioga, pilates e massagem.
"É muito diferente do que estamos acostumados. Há muito
treino de força. Por outro lado,
também respeitam seus limites. Se em um dia está cansado,
mandam você de volta para casa", afirmou ele.
O time também respeita a
opinião dos nadadores, que podem vetar até grandes nomes.
"Não é qualquer um que entra. As pessoas que já estão na
equipe têm de gostar do novo
atleta. Tem de ser uma pessoa
que não vá criar um clima ruim
e atrapalhar", disse Henrique.
Atualmente, Islamorada
abriga nomes de Israel, Croácia, Lituânia, Rússia, África do
Sul, Brasil, entre outros países,
o que cria também um intercâmbio cultural.
"Eles são contra prender as
pessoas. Ninguém é obrigado.
Se não está feliz, pode ir embora. Eles têm muito para ensinar
e querem fazer isso", disse
Henrique.0
(MARIANA LAJOLO)
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