São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

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Guru de Daiane anuncia que pára após Pequim

Ucraniano, que dirige atleta na Copa em SP no fim de semana, voltará a seu país

Saída de técnico será no ano em que a ginástica brasileira sofrerá desmanche, com a saída da estrela gaúcha e das principais dirigentes

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Treinador da seleção brasileira de ginástica, Oleg Ostapenko vai se aposentar.
Guru de Daiane dos Santos e seu duplo twist carpado e considerado um dos principais responsáveis pela evolução da ginástica nacional, o treinador ucraniano anunciou que deixará o esporte e voltará a seu país, onde vivem seus dois filhos.
"Ele tem 65 anos e já disse que está cansado, que quer passar mais tempo com a família", afirmou Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
Contratado em 2001, após uma negociação durante os Jogos de Sydney-2000, o treinador ucraniano irá se despedir em 2008, depois da Olimpíada de Pequim, quando vence seu contrato com a seleção brasileira e quando sua principal pupila, Daiane, deixará os tablados.
"O Brasil já tem uma ginástica muito boa, mas carece de mais centros de treinamentos e mais atletas para fomentar a seleção", diz o técnico. Ele participa em São Paulo da disputa da finalíssima da Copa do Mundo, que ocorrerá no final de semana no ginásio do Ibirapuera e verá em ação Daiane, Diego e Daniele Hypólito e Laís Souza.
Até a despedida, seus principais objetivos são preparar a nova geração de atletas para a seleção, da qual destaca Jade Barbosa -primeira atleta a executar no Brasil o duplo twist carpado que consagrou Daiane-, e ajudar o país na busca do tão sonhado pódio olímpico.
O técnico, que tem seu salário pago pelo Programa Solidariedade Olímpica e era sondado por China, Austrália e Rússia, avalia que hoje o Brasil pode se colocar no top 5. "Falta só mais estrutura para massificar o esporte. Porque hoje não temos suplentes à altura de titulares."
No que pode ser sua última finalíssima da Copa pelo Brasil -ele já esteve em Birmingham-2004, quando Daiane levou o ouro-, Oleg acredita que o país possa conquistar três pódios no feminino. "A Laís no salto [ela atua ainda no solo]. A Daiane, que não pode treinar muito para não forçar os joelhos, no solo. E a Daniele na trave [ela atua também no solo e nas paralelas]. Já ouro, não sei."
Com a saída de Oleg, a seleção viverá seu maior êxodo, já que perderá também Nadja, a mulher do técnico, além de Vicélia Florenzano, presidente da CBG, e a supervisora Eliane Martins, que deixarão o esporte em 2008. "Será um ano complicado. Mas a estrutura estará toda montada", afirma Vicélia.


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