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Guru de Daiane anuncia que pára após Pequim
Ucraniano, que dirige atleta na Copa em SP no fim de semana, voltará a seu país
Saída de técnico será no ano em que a ginástica brasileira sofrerá desmanche, com a saída da estrela gaúcha e das principais dirigentes
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Treinador da seleção brasileira de ginástica, Oleg Ostapenko vai se aposentar.
Guru de Daiane dos Santos e
seu duplo twist carpado e considerado um dos principais responsáveis pela evolução da ginástica nacional, o treinador
ucraniano anunciou que deixará o esporte e voltará a seu país,
onde vivem seus dois filhos.
"Ele tem 65 anos e já disse
que está cansado, que quer passar mais tempo com a família",
afirmou Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
Contratado em 2001, após
uma negociação durante os Jogos de Sydney-2000, o treinador ucraniano irá se despedir
em 2008, depois da Olimpíada
de Pequim, quando vence seu
contrato com a seleção brasileira e quando sua principal pupila, Daiane, deixará os tablados.
"O Brasil já tem uma ginástica muito boa, mas carece de
mais centros de treinamentos e
mais atletas para fomentar a
seleção", diz o técnico. Ele participa em São Paulo da disputa
da finalíssima da Copa do Mundo, que ocorrerá no final de semana no ginásio do Ibirapuera
e verá em ação Daiane, Diego e
Daniele Hypólito e Laís Souza.
Até a despedida, seus principais objetivos são preparar a
nova geração de atletas para a
seleção, da qual destaca Jade
Barbosa -primeira atleta a
executar no Brasil o duplo twist
carpado que consagrou Daiane-, e ajudar o país na busca do
tão sonhado pódio olímpico.
O técnico, que tem seu salário pago pelo Programa Solidariedade Olímpica e era sondado
por China, Austrália e Rússia,
avalia que hoje o Brasil pode se
colocar no top 5. "Falta só mais
estrutura para massificar o esporte. Porque hoje não temos
suplentes à altura de titulares."
No que pode ser sua última
finalíssima da Copa pelo Brasil
-ele já esteve em Birmingham-2004, quando Daiane levou o
ouro-, Oleg acredita que o país
possa conquistar três pódios no
feminino. "A Laís no salto [ela
atua ainda no solo]. A Daiane,
que não pode treinar muito para não forçar os joelhos, no solo. E a Daniele na trave [ela atua
também no solo e nas paralelas]. Já ouro, não sei."
Com a saída de Oleg, a seleção viverá seu maior êxodo, já
que perderá também Nadja, a
mulher do técnico, além de Vicélia Florenzano, presidente da
CBG, e a supervisora Eliane
Martins, que deixarão o esporte em 2008. "Será um ano complicado. Mas a estrutura estará
toda montada", afirma Vicélia.
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