São Paulo, segunda, 14 de dezembro de 1998

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FUTEBOL
Técnico do Cruzeiro, que nunca foi derrotado por Luxemburgo, afirma que fez substituição com atraso

Culpi mantém tabu, mas admite erro

do enviado a Belo Horizonte

em Belo Horizonte

Apesar de ter mantido o tabu de jamais ter sido derrotado por Wanderley Luxemburgo, o técnico do Cruzeiro, Levir Culpi, admitiu que fez uma substituição no momento errado do jogo.
Ontem, Culpi completou sua sétima partida sem derrota para o rival -quatro empates e três vitórias, nos últimos três anos.
O técnico já havia eliminado equipes treinadas por Luxemburgo em duas ocasiões, ambas na Copa do Brasil.
Segundo Levir, a entrada de Dinei permitiu que o Corinthians ganhasse o setor esquerdo do ataque, e a solução que ele tinha para isso -a entrada de Ricardinho no lugar de Muller- só foi posta em prática quando o time paulista já tinha empatado o jogo.
"O Muller saiu porque a idéia era proteger mais o lado esquerdo, por causa do Dinei. Aquele corredor ficou aberto, e o Ricardinho é especialista na cobertura daquele setor. O Valdo, então, passou para o lado do Muller, que estava muito fixo na esquerda. Acontece que os gols do Corinthians foram muito rápidos, não nos deram tempo de mexer na parte tática. Se não fosse assim, a substituição teria surtido mais efeito", disse o técnico.
Culpi negou que a saída de Muller tenha limitado o poder ofensivo do Cruzeiro, deixando a equipe em desvantagem.
Embora tenha dito que a troca aconteceu tarde, ele negou que tenha errado.
"Você não pode esquecer que levamos os dois gols com o Muller em campo. Não há o que falar das alterações, porque elas foram feitas quando o resultado já estava feito."
Muller, o substituído, saiu irritado de campo, e deixou os vestiários dez minutos antes do final da partida.
Levir preferiu ignorar a atitude do atacante. "O que você gostaria que eu fizesse (em relação à substituição)? Só faltava ele (Muller) sair batendo palma... Foi uma reação natural, ninguém gosta de ser substituído", disse o treinador cruzeirense.
²
Morumbi Tanto técnico quanto os jogadores do Cruzeiro afirmaram que gostariam de disputar os jogos de volta no estádio do Morumbi, provável local das partidas.
"É um estádio melhor, com um gramado melhor e boas dimensões", disse Culpi, que, alegando que "o regulamento é claro", recusou-se a comentar a possibilidade de os jogos acontecerem no estádio do Pacaembu, que tem capacidade de 38.300 lugares.
O regulamento do Brasileiro prevê que as partidas finais sejam disputadas em praças esportivas com capacidade mínima de 50 mil lugares. A definição do estádio das finais deve ser anunciada hoje.
Para o meia Djair, o tamanho do Morumbi favorece o time mineiro.
"Ao contrário do Pacaembu, o Morumbi, pelas características físicas, é um campo neutro. Os dois times têm chance de vencer."
O meia Valdo foi um dos poucos que disse que o estádio escolhido não interfere nas chances do time.
Mesmo assim, o autor do segundo gol cruzeirense afirmou ontem também preferir o Morumbi.
"Não acho que possa influir no resultado ou nas chances, mas eu, particularmente, prefiro jogar no estádio do Morumbi, por ser um campo maior e melhor, com mais chances de praticarmos um bom futebol. Neutro, nem tanto, porque fica em São Paulo", disse. (FÁBIO VICTOR)
(PAULO PEIXOTO)



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