São Paulo, segunda, 14 de dezembro de 1998

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CORTADA

Isabel em cena

CIDA SANTOS

² Na Superliga feminina, o Macaé/Petrobrás tem uma missão especial. O time perdeu os três primeiros jogos que disputou, mas, como única equipe do Rio no torneio, segue firme com o propósito de fazer o vôlei feminino renascer naquele Estado. Para isso, conta com a musa do esporte dos anos 80: Isabel.
Aos 38 anos, Isabel joga na diagonal da levantadora Margareth. É responsável pelas bolas de segurança.
Vale lembrar uma coincidência: as duas fizeram parte de uma das últimas grandes equipes do Rio, a Supergasbrás, na década de 80. Depois disso, Isabel rodou o mundo: jogou na Itália, Japão, São Paulo...
Agora, ela quer jogar bem, encerrar a carreira no final desta temporada e ajudar o Macaé a se firmar. Isabel diz que continua jogando porque ainda se diverte com a adrenalina e a emoção das partidas. No sábado, contra a Universidade de Guarulhos, ela foi a maior pontuadora do time. Marcou 20 pontos.
Mas as questões do tempo e da idade têm rondado a sua cabeça. Não à toa. Ela diz que vibrou no Mundial com o levantador italiano De Giorgi, de 37 anos. Ele foi uma das armas de Bebeto de Freitas para conquistar o título. Desafiando o tempo, os dois provam que é possível jogar vôlei perto dos 40 anos.
O tempo também tem surpreendido Isabel. "Meus filhos já estão jogando", diz a atacante. A mais nova, Carol, 11, já foi campeã carioca nesta temporada com o Flamengo. Maria, 15, é a primeira do ranking infantil de vôlei de praia. Indicativos de que o tempo realmente passa.
Isabel tem como colegas de equipe jogadoras experientes, como Márcia Fu, 29, Edna, 34, e Ana Lúcia, 33. No jogo de estréia contra o MRV/Minas, ela não conteve a emoção. Virou para Ana Lúcia e disse: "Que legal que a gente vai jogar a Superliga". Por essas e outras é que Isabel continua jogando vôlei.

cidasan@uol.com.br


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