São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


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NO DESTINO
Nem hino e fosso param corintianos

MÁRIO MOREIRA
da Sucursal do Rio

Antes, durante e depois da partida de ontem, os corintianos dominaram os gritos das arquibancadas do Maracanã.
Os torcedores paulistas não pararam de cantar até durante o hino nacional. Nos acordes patrióticos, eles cantavam ""Oh, Todo-Poderoso Timão".
No jogo, seus gritos ecoavam, enquanto os vascaínos, mais numerosos, estavam calados.
Ao final, uma centena de corintianos pulou da numerada para a geral e dali para o gramado, atravessando o fosso do estádio carioca. No gramado, eles só comemoraram, sem nenhum incidente grave. Mesmo assim, a cena deve prejudicar ainda mais as pretensões brasileiras de abrigar a Copa do Mundo do 2006.
Essa invasão de campo se soma aos problemas com as vendas de ingressos e à truculência do dirigente vascaíno Eurico Miranda e seus seguranças, que agrediram funcionários da Fifa.
O temor de grandes conflitos entre torcedores do Vasco e do Corinthians não se confirmou ontem no Maracanã.
Os cerca de 20 mil corintianos entraram sem problemas no estádio. Os que vieram de ônibus usaram um único portão, o 13, sem serem incomodados. Os vascaínos usaram as outras entradas.
Dentro do estádio, os corintianos foram mais barulhentos que a maioria vascaína. Até durante o hino nacional não pararam.
O principal incidente entre as torcidas ocorreu a mais de 2 km do estádio, próximo à estação Estácio do metrô (região central).
Perto dali, em frente ao Teleporto, centenas de corintianos chegados em caravanas eram mantidos isolados pela Polícia Militar.
Por volta das 15h, um grupo de moradores do morro de São Carlos trocou pedradas com alguns corintianos. Cerca de 20 pessoas se envolveram no conflito, que durou dez minutos e foi encerrada com a interferência da polícia.
Além desse caso, a torcedora corintiana Maria Cristina do Espírito Santo, 16, contou que seu namorado, Édson Almeida, 25, foi espancado por quatro rapazes ao dizer que viera para o jogo.
Segundo o major Róbson da Silva, comandante do Grupamento Tático Móvel, três pessoas foram detidas após apedrejar um carro da PM. A 6ª Delegacia Policial, na Cidade Nova, porém, não registrou prisão de torcedor.
No total, a PM empregou 1.700 homens no policiamento do Maracanã, sendo 450 dentro do estádio e o restante fora.
Alguns corintianos reclamaram que teriam sido agredidos sem motivo por policiais. "Um deles me deu umas porretadas para eu entrar no ônibus e vir para o estádio", afirmou Adílson Nunes da Silva, 22. Outro torcedor (não se identificou) disse que um companheiro havia sido agredido.


Colaborou Fernanda Pontes, da Sucursal do Rio


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