|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NO DESTINO
Nem hino e fosso
param corintianos
MÁRIO MOREIRA
da Sucursal do Rio
Antes, durante e depois da partida de ontem, os corintianos dominaram os gritos das arquibancadas do Maracanã.
Os torcedores paulistas não pararam de cantar até durante o hino nacional. Nos acordes patrióticos, eles cantavam ""Oh, Todo-Poderoso Timão".
No jogo, seus gritos ecoavam,
enquanto os vascaínos, mais numerosos, estavam calados.
Ao final, uma centena de corintianos pulou da numerada para a
geral e dali para o gramado, atravessando o fosso do estádio carioca. No gramado, eles só comemoraram, sem nenhum incidente
grave. Mesmo assim, a cena deve
prejudicar ainda mais as pretensões brasileiras de abrigar a Copa
do Mundo do 2006.
Essa invasão de campo se soma
aos problemas com as vendas de
ingressos e à truculência do dirigente vascaíno Eurico Miranda e
seus seguranças, que agrediram
funcionários da Fifa.
O temor de grandes conflitos
entre torcedores do Vasco e do
Corinthians não se confirmou
ontem no Maracanã.
Os cerca de 20 mil corintianos
entraram sem problemas no estádio. Os que vieram de ônibus usaram um único portão, o 13, sem
serem incomodados. Os vascaínos usaram as outras entradas.
Dentro do estádio, os corintianos foram mais barulhentos que a
maioria vascaína. Até durante o
hino nacional não pararam.
O principal incidente entre as
torcidas ocorreu a mais de 2 km
do estádio, próximo à estação Estácio do metrô (região central).
Perto dali, em frente ao Teleporto, centenas de corintianos chegados em caravanas eram mantidos
isolados pela Polícia Militar.
Por volta das 15h, um grupo de
moradores do morro de São Carlos trocou pedradas com alguns
corintianos. Cerca de 20 pessoas
se envolveram no conflito, que
durou dez minutos e foi encerrada com a interferência da polícia.
Além desse caso, a torcedora
corintiana Maria Cristina do Espírito Santo, 16, contou que seu
namorado, Édson Almeida, 25,
foi espancado por quatro rapazes
ao dizer que viera para o jogo.
Segundo o major Róbson da Silva, comandante do Grupamento
Tático Móvel, três pessoas foram
detidas após apedrejar um carro
da PM. A 6ª Delegacia Policial, na
Cidade Nova, porém, não registrou prisão de torcedor.
No total, a PM empregou 1.700
homens no policiamento do Maracanã, sendo 450 dentro do estádio e o restante fora.
Alguns corintianos reclamaram
que teriam sido agredidos sem
motivo por policiais. "Um deles
me deu umas porretadas para eu
entrar no ônibus e vir para o estádio", afirmou Adílson Nunes da
Silva, 22. Outro torcedor (não se
identificou) disse que um companheiro havia sido agredido.
Colaborou Fernanda Pontes, da Sucursal do
Rio
Texto Anterior: Jogadores cariocas fazem apelo à torcida apática Próximo Texto: Mexicanos batem Real nos pênaltis Índice
|