São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 1998

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FUTEBOL
Para apagar fiasco, Brasil decide o terceiro lugar na Copa Ouro com a Jamaica, que terá atacante na zaga
Mais humilde, seleção faz despedida

Jorge Araújo/Folha Imagem
Zagallo anda na arquibancada do campo do East Los Angeles College


ARNALDO RIBEIRO
enviado especial a Los Angeles


Se a seleção brasileira não sair com o prestígio abalado da Copa Ouro, sai, pelo menos, mais humilde. Essa é a convicção do técnico Mario Jorge Lobo Zagallo, que comanda o time na decisão do terceiro lugar, hoje, às 21h (de Brasília), contra a Jamaica.
A fraca campanha -vitória sobre El Salvador, empates com Guatemala e Jamaica e derrota para os EUA- ""serve de lição e alerta para a Copa da França", segundo o treinador brasileiro.
""Ficou mais claro do que nunca que não se ganha jogo na véspera. O Brasil tem que se preparar bem para qualquer competição, por mais fraca que ela seja. Hoje em dia, não se pode brincar."
Contrariando seu habitual discurso ufanista, Zagallo passou a relativizar a superioridade brasileira. ""Somos bons, mas não somos invencíveis. Essa mentalidade tem que mudar."
""Os outros estão evoluindo, têm mais tempo de trabalho e não têm a obrigação de vencer", justificou.
O atacante Edmundo concorda. ""O futebol hoje está muito nivelado. Não existe mais peso morto."
Os jogadores estão pressionados a conquistar o terceiro lugar.
""É o típico jogo chato. Se a gente ganhar, não faz mais que a obrigação. Se perder, será uma tragédia", disse o meia Zinho.
Zagallo vai experimentar um novo sistema tático nesta noite nos EUA, com três atacantes: Edmundo, armando as jogadas mais atrás, Romário e Élber.
Adversário
Se o Brasil terá três atacantes, a Jamaica atuará com um centroavante improvisado na zaga.
O técnico brasileiro Renê Simões, que já havia perdido seu principal jogador (Whitmore) -que quebrou o nariz na estréia depois de uma cotovelada de Júnior Baiano-, não contará também com o líbero Brown.
Assim, Renê optou por escalar o atacante Onandi Lowe na função.
""Evoluímos em relação à estréia. O Brasil vai ter menos espaço do que no primeiro jogo. Vamos marcar duro, mas sem violência. Afinal, quem teve um jogador com nariz fraturado fui eu", disse.
""Só tenho dois problemas. A parte física, já que jogamos três vezes em cinco dias, e a psicológica, pois os atletas ficaram abalados com a derrota para o México."
Enquanto o Brasil deve jogar só quatro ou cinco vezes até a Copa, Renê programou mais 15 jogos para os jamaicanos até a estréia, contra a Croácia, no dia 14 de junho.



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