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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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No Brasileiro em que todos os jogos são encarados como "finais", cartões vermelhos crescem 68%

Explosão de cartões toma Nacional "100% decisivo"

DA REPORTAGEM LOCAL

Os cartões estão em alta no Campeonato Brasileiro-2003.
As médias de cartões vermelhos e amarelos por partida cresceram 68% e 17%, respectivamente, em relação ao torneio nacional do ano passado, segundo mostram os números do Datafolha.
Neste ano, em que cada jogo é visto como uma "decisão" devido ao sistema de pontos corridos, os árbitros têm mostrado, em média, 5,91 cartões amarelos e 0,86 cartão vermelho por partida.
No Nacional do ano passado, eram mostrados pelos juízes, em média por jogo, 5,05 cartões amarelos e 0,51 cartão vermelho.
Os árbitros tratam agora de coibir mais a "vontade" dos atletas.
Se em 2002 um cartão vermelho era usado, em média, após cem faltas, aproximadamente, nesta temporada um jogador é expulso em média após 65 infrações.
Se no ano passado só havia um jogador expulso, em média, após duas partidas, agora há quase um atleta expulso por confronto.
Houve casos de expulsões relâmpagos -o volante são-paulino Gallo, contra o Juventude, ficou cerca de dois minutos em campo e recebeu cartão vermelho- e de expulsões curiosas -Tcheco, do Coritiba, foi expulso quando levava a bola rapidamente para o meio-campo após o seu gol contra o Juventude.
Com apenas três rodadas, só cinco times (24 jogam o torneio) não tiveram jogadores expulsos ainda: Atlético-MG, Atlético-PR, Cruzeiro, Flamengo e Vasco.
Na rodada deste final de semana, mais especialmente, houve jogos bastante truncados. O duelo entre Criciúma e São Paulo (1 a 1), por exemplo, teve 13 cartões -dois desses foram vermelhos. Juventude x Coritiba e Vitória x Vasco registraram, respectivamente, 11 e 10 cartões.
Recordista em faltas e cartões vermelhos no Brasileiro, o Internacional pode tomar a ponta da tabela isoladamente hoje -o clube pode ganhar na Justiça dois pontos referentes à partida contra a Ponte Preta (1 a 1), que usou o volante Roberto irregularmente.
O time de Porto Alegre é o único que teve quatro atletas expulsos. Com média de 34,3 faltas por partida, a equipe treinada por Muricy Ramalho está de fato encarando cada jogo como uma decisão -sofreu só um gol no torneio.
Outros times do Sul, que neste ano ganhou mais representatividade na Série A, também fazem mais de 30 faltas por partida: Criciúma, Figueirense, Juventude e Paraná -o estilo "gaúcho" de jogo, que ganhou fama com o técnico Luiz Felipe Scolari, tem como característica forte "pegada".
Em contrapartida, os times que mais apanham em campo no Brasileiro estão mal na tabela. O Fluminense, com apenas um ponto, é a maior vítima da violência -sofre 40,3 faltas por jogo, em média. O segundo que mais apanha é o Fortaleza, equipe que subiu neste ano para a primeira divisão e que não venceu nenhuma partida ainda -recebe 37 faltas por partida.


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